7 dezembro 2025

Moro critica pacote anticrime do governo Lula e alerta para “brechas”

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

O senador Sergio Moro (União Brasil/PR) voltou a se posicionar nesta sexta-feira (31/10) contra o pacote anticrime apresentado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o parlamentar, o texto atual do projeto cria “brechas” que podem beneficiar integrantes de facções criminosas e comprometer o combate à violência no país.

Entre os pontos mais criticados por Moro estão a previsão de redução de pena para membros de organizações criminosas e a autorização de visitas íntimas com contato físico e sem monitoramento para detentos ligados a essas facções. Para o ex-juiz, as medidas representam um retrocesso. “Se o Governo Lula quer mesmo enviar hoje o projeto de lei antifacção ao Congresso, isso é até bem-vindo, mas sugiro que retire, desde logo, dois pontos que vão na direção contrária do bom combate ao crime: a) não cabe criar um crime de participação em organização criminosa “privilegiado”, com pena reduzida: seria um desastre; b) não cabe também colocar na lei direito, como regra, à visita íntima ou com contato físico e sem monitoramento para os membros de organizações criminosas, o que seria um retrocesso em relação a já vigente lei dos presídios federais”, escreveu em sua conta na rede X.

Veja as fotosAbrir em tela cheia Sergio Moro (União Brasil/PR) criticou o pacote contra o crime organizado do governo LulaReprodução: X/@SF_Moro Senador Sergio MoroReprodução: Senado Federal Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do BrasilFoto: Ricardo Stuckert Lula e LewandowskiFoto: Brenno Carvalho/O Globo Bope faz alerta após operação no Rio de JaneiroReprodução: Instagram/@BOPE_PMERJ

Voltar
Próximo

Leia Também

Política
Lula sanciona lei que endurece combate ao crime organizado

Política
Operação no Rio reacende embate entre Castro e Lula sobre papel da União

Política
Após operação violenta no Rio, Hugo Motta acena com agenda de segurança na Câmara

Política
Bancada bolsonarista critica omissão do governo Lula após operação no Rio

O senador também defendeu que o governo reveja os dispositivos antes de enviar o texto ao Congresso. Em tom crítico, afirmou que o Planalto precisa demonstrar estar “ao lado do cidadão e não do lado dos faccionados”, lembrando declarações anteriores de Lula sobre o tema. Em um dos episódios citados por Moro, o presidente havia dito que “os usuários são responsáveis pelos traficantes, que também são vítimas”. Após a repercussão negativa, Lula recuou.

O projeto de lei, apelidado de “antifacção”, deve ser encaminhado ao Legislativo ainda nesta sexta-feira (31/10). A proposta faz parte de um conjunto de ações anunciadas pelo governo para enfrentar o avanço do crime organizado, em meio às recentes operações de segurança realizadas no Rio de Janeiro. Uma delas, a Operação Contenção, mobilizou 2,5 mil agentes e resultou em 113 prisões e na apreensão de 91 fuzis, mas também deixou 4 policiais mortos.

Moro argumentou ainda que, no formato atual, o pacote funciona como um “Cavalo de Troia” ao Congresso, referência à lenda grega sobre um presente que escondia um inimigo em seu interior.

As críticas do senador reacendem o debate sobre o equilíbrio entre direitos dos presos e segurança pública. Para ele, a prioridade deve ser reforçar a estrutura de repressão ao crime organizado; e não flexibilizar as condições de encarceramento.

- Publicidade -

Veja Mais