O corpo do venezuelano Júlio Rafael Ramos Navas, de 21 anos, morto a tiros na zona rural de Assis Brasil, foi levado por indígenas para uma aldeia após o crime. O caso, registrado em vídeo e divulgado nas redes sociais, mobilizou as forças de segurança do Acre.
Segundo a Polícia Civil, uma equipe do Instituto Médico Legal (IML) percorreu cerca de 190 quilômetros até o local do homicídio para fazer o resgate do corpo. Ao chegarem, porém, os agentes encontraram apenas vestígios de sangue e descobriram que o corpo havia sido removido por indígenas, possivelmente para uma área de difícil acesso próxima à fronteira com Sena Madureira.
O delegado regional do Alto Acre, Erick Maciel, informou que o caso foi comunicado ao alto comando da Segurança Pública e que foi solicitado apoio aéreo para ajudar nas buscas.
Na manhã desta quinta-feira (23), um novo vídeo confirmou que o corpo de Júlio Rafael foi realmente levado pelos indígenas, que teriam iniciado o sepultamento conforme seus costumes tradicionais. O enterro estaria ocorrendo em uma comunidade localizada dentro do seringal Icuriã, a cerca de 75 quilômetros de Assis Brasil.
De acordo com o delegado, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) deve enviar uma equipe à região nesta sexta-feira (24) para tentar recuperar o corpo e levá-lo ao IML de Rio Branco, onde serão realizados os exames periciais.
As autoridades investigam as circunstâncias do homicídio, bem como a identidade e motivação dos envolvidos. Ainda não foi confirmado se o vídeo que circula nas redes sociais foi gravado no dia do crime, na terça-feira (21), ou apenas nesta quinta.
O caso chama atenção pela complexidade, já que envolve questões culturais e legais, e segue sendo apurado pelas autoridades competentes.
