Imagens gravadas na residência de João Paulo Manoel, conhecido como youtuber “Capitão Hunter”, revelam o momento em que ele é abordado por policiais civis antes de sua prisão, na quarta-feira (22/10), em Santo André, na Grande São Paulo. O influenciador é investigado por exploração sexual de menores e estupro de vulnerável, segundo as apurações, utilizava a temática de “Pokémon” para atrair vítimas. A defesa contesta veementemente as acusações.
Capitão Hunter, de 45 anos, foi detido em uma operação conjunta das polícias civis de São Paulo e do Rio de Janeiro, sob suspeita de estupro de vulnerável e produção de pornografia infantil.
Veja as fotosAbrir em tela cheia YouTuber é preso em São PauloReprodução / YouTube YouTuber Capitão Hunter é preso em São PauloReprodução / Instagram YouTuber Capitão Hunter é presoReprodução / Instagram
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“Por que estão me tratando assim?”, diz youtuber Capitão Hunter a policiais durante prisão
No vídeo obtido pela TV Globo, é possível observar o quarto em desordem, repleto de brinquedos e itens da franquia “Pokémon”, além de computadores e fios espalhados pelo ambiente.
O youtuber possui mais de 1 milhão de seguidores e produz conteúdo relacionado a “Pokémon”, incluindo cards colecionáveis e bichos de pelúcia.
Durante a abordagem, um policial informa a João Paulo que ele terá a chance de se defender. O influenciador responde que irá se defender e pergunta em seguida: “Por que vocês estão me tratando assim?”
Segundo a polícia, na residência de Hunter foram apreendidos seis celulares, três pendrives e uma CPU de computador.
O advogado Rafael Feltrin afirmou que “todas essas informações, acusações e imputações são absolutamente inverídicas e serão esclarecidas no momento oportuno”.
Pedido de prisão
No documento enviado à Justiça, a polícia descreveu o youtuber como um “abusador de elevado grau de periculosidade”. A delegada Maria Luiza Machado detalhou que João Paulo utilizava perfis falsos e canais digitais voltados ao público infantil “para atrair crianças e adolescentes” e “ganhar a confiança das vítimas para posteriormente assediá-las e coagi-las à prática de atos libidinosos”.
“Trata-se de um abusador com elevado grau de periculosidade, atraindo crianças e adolescentes por meio de um perfil mentiroso para que ganhe a confiança dos vulneráveis e passe a assediá-las e coagi-las à prática de atos libidinosos”, afirmou a delegada.
A prisão temporária, segundo a investigação, também se justificava pelo risco de evasão do suspeito, o que poderia dificultar o andamento das apurações. Além disso, o estado de liberdade de Hunter representava uma ameaça à segurança das vítimas e de outras crianças potencialmente expostas.
Investigação
As investigações apontam que João Paulo possivelmente usava redes sociais para exibir partes íntimas a menores e exigia que eles enviassem imagens semelhantes.
Policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao influencer em Santo André, com autorização judicial para quebra de sigilo de todos os dispositivos apreendidos, que passarão por perícia.
A denúncia partiu da família de uma menina de 13 anos que manteve contato com o youtuber via Discord e WhatsApp desde os 11 anos. Segundo a vítima, ele fez videochamadas exibindo o próprio pênis e solicitando que ela mostrasse partes íntimas.
A adolescente conheceu João Paulo em 2023, durante um evento de “Pokémon” no Norte Shopping, no Rio de Janeiro. A partir desse encontro, passou a interagir com ele pela internet, após o influencer prometer aos pais que acompanharia e apoiaria sua carreira em jogos online.
A família da menina afirma ter interceptado mensagens enviadas por Hunter, incluindo: “Amigos fazem isso, mostram a bunda um para o outro, isso são coisas de amigos e você é minha melhor amiga”.
A investigação aponta que o influencer teria pedido à adolescente o envio de conteúdo sexual em troca de cartas e brinquedos de personagens “Pokémon” e, em duas ocasiões, enviado fotos do próprio pênis pelo WhatsApp e em outras duas pelo Discord.
“O agente se manifesta como influente digitalmente por canais em que se comunica com incontável número de crianças e adolescente em razão de atividades com o desenho ‘Pokémon’. Seu estado de liberdade coloca em risco diversas crianças, tendo em vista que a forma de manifestação deste indica que esta prática é recorrente”, concluiu a delegada Maria Luiza Machado.






