Pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram um método para a identificação de metanol em bebidas adulteradas, responsável por uma recente explosão de casos ao redor do Brasil, com mais de 100 notificações e 12 óbitos.
Trata-se de um equipamento capaz de identificar qualquer alteração na fórmula original do líquido. As modificações incluem desde o próprio metanol à adição de água para fazer o produto render mais. De acordo com o Governo da Paraíba, a tecnologia alcança até 97,3% de precisão na detecção de adulterações e alta confiabilidade na medição do teor alcoólico.
Veja as fotosAbrir em tela cheia O objetivo é criar um canudo que muda de cor ao encontrar em contato com a substância responsável pelos casos recentes no país.Divulgação/Governo da Paraíba São Paulo registra mortes e casos graves por ingestão de bebidas adulteradas com metanolReprodução: Internet A substância estaria sendo utilizada na produção de bebidas falsificadasReprodução/Canva Intoxicação por metanol ascende alerta em São PauloDivulgação: Fiocruz Imagens Intoxicação por metanol ascende alerta em São PauloDivulgação: Biodiesel Brasil
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O aparelho funciona com a aplicação de infravermelha direto na garrafa, mesmo lacrada. A luz agita as moléculas presentes no líquido, e um software analisa os dados e identifica qualquer substância que não faz parte da composição original. A solução dispensa o uso de reagentes químicos, facilita a análise sem comprometer o uso do produto e entrega resultados em minutos.
A pesquisa está sendo desenvolvida há cerca de dois anos, e é coordenada pelo professor doutor David Douglas, do Programa de Pós-graduação em Química (PPGQ) da UEPB. Os resultados foram publicados na Food Research International e na Food Chemistry, duas das principais revistas acadêmicas dedicadas à química e bioquímica dos alimentos.
Com o aumento de casos de contaminação por metanol, a ideia é produzir equipamentos do tipo em larga escala, facilitando as análises por órgãos controladores. Um canudo que muda de cor ao entrar em contato com o metanol também já está sendo desenvolvido. O objetivo é permitir que os próprios consumidores realizem testes rápidos para garantir a confiabilidade daquele produto.
Até esta sexta-feira (3/10), o Ministério da Saúde confirmou 113 registros de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica. A maioria dos casos são em São Paulo (11 confirmados e 90 em investigação). Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraná e Pernambuco também possuem notificações por esse tipo de intoxicação. Dessas notificações, 12 são de óbitos.






