Um encontro raro foi registrado em Saquarema, região litorânea do Rio de Janeiro, no fim de setembro. Armadilhas fotográficas da Secretaria Municipal de Meio Ambiente registraram a presença de uma fêmea da ave formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis), ameaçada de extinção.
Dados do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade — ferramenta de conservação conhecida como SALVE —, do Ministério do Meio Ambiente, mostram que a continuidade da espécie está em estado crítico, com menos de 2,5 mil exemplares em todo o planeta.
Leia também
-
Como funcionam os projetos de reintrodução de espécies em extinção
-
Saiba quais são os animais que correm mais risco de extinção no Brasil
-
Caramujos coloridos correm risco de extinção por terem beleza exótica
-
Declínio populacional de papagaio raro causa extinção de parasitas
A identificação da fêmea de formigueiro-do-litoral foi feita pela ornitóloga Thayane Patusco, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
As câmeras foram instaladas em junho e as filmagens recolhidas nesta semana. Além do pássaro raro, foram filmados outros dois animais: um grande lagarto teiú e a ave saracura-três-potes.
A ação faz parte do Programa de Monitoramento da Fauna da Prefeitura de Saquarema, que visa ajudar no mapeamento da biodiversidade e na orientação de ações de preservação, recuperando áreas da restinga importantes para proteção do solo e diminuição de alagamentos.
Veja o vídeo
Ave está na lista dos 10 animais mais ameaçados de extinção no Brasil
A ave formigueiro-do-litoral está na lista dos dez animais mais ameaçados de extinção no Brasil. A classificação é baseada em critérios científicos internacionais determinados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
São consideradas informações sobre a população, distribuição geográfica e tendências de ameaça para a classificação da situação de cada espécie. Veja a lista abaixo:
- Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia);
- Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii);
- Onça-pintada (Panthera onca);
- Peixe-boi-marinho (Trichechus manatus);
- Mutum-do-nordeste (Pauxi mitu);
- Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla);
- Anta-brasileira (Tapirus terrestris);
- Ave Formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis);
- Jabuti-piranga (Chelonoidis carbonarius);
- Cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus).
Caça, tráfico de animais, desmatamento e fragmentação dos habitats estão entre os principais fatores de risco para a ameaça de extinção das espécies. Mudanças climáticas também influenciam. Para proteger os animais brasileiros do desaparecimento, projetos de conservação e educação ambiental são importantes.
“Cada animal que desaparece enfraquece os ecossistemas dos quais dependemos. A extinção ainda é algo irreversível, mas a conservação é uma escolha — e ainda temos tempo de fazer a diferente”, ressalta a professora de Biologia Aline Costa, da escola Maple Bear Brasília.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
