Logo após a megaoperação policial que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, o governo federal intensificou sua comunicação sobre segurança pública nas redes sociais. Entre os dias 28 de outubro e 1º de novembro, aproximadamente R$ 500 mil foram pagos à Meta, empresa responsável pelo Facebook e pelo Instagram, para impulsionar publicações que explicam propostas e ações na área, como a PEC da Segurança e o PL Antifacção.
Os dados constam na Meta Ad Library, ferramenta de transparência da própria empresa, e apontam gastos entre R$ 457 mil e R$ 545 mil apenas nos últimos 4 dias. Ao todo, 4 anúncios diferentes foram impulsionados pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom). Uma das postagens faz críticas indiretas à letalidade da operação no Rio, defendendo que ações de combate ao crime devem ser acompanhadas de inteligência e integração entre os órgãos de segurança. Outra detalha a PEC da Segurança, que busca unificar diretrizes do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e ampliar as competências da União no setor.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Anúncios ativos nas redes sociais, pagos pelo Governo Federal, para conscientizar sobre segurança públicaReprodução: Meta Ad Library Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do BrasilFoto: Ricardo Stuckert Lula e LewandowskiFoto: Brenno Carvalho/O Globo Após megaoperação, moradores levaram corpos para praça no Rio de JaneiroReprodução: Globo Megaoperação foi deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de JaneiroReprodução: Redes Sociais
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Outras publicações destacam o Projeto de Lei Antifacção, proposto pelo governo Lula, que prevê punições mais severas para integrantes de organizações criminosas e endurece regras para o isolamento de líderes de facções. Um quarto anúncio aborda as operações da Polícia Federal (PF) em 2025, destacando que cerca de 30% delas foram voltadas ao enfrentamento de crimes de abuso sexual infantil.
Os conteúdos pagos, segundo informações públicas da Meta, alcançaram milhões de visualizações em todo o país, reforçando a tentativa do governo de ocupar espaço no debate público sobre segurança após as críticas à gestão federal no episódio do Rio. O tema se tornou sensível para o Palácio do Planalto, especialmente após o governador Cláudio Castro (PL/RJ) ter recebido apoio de outros governadores ao defender a operação, que foi considerada bem-sucedida por parte da população fluminense.
A PEC da Segurança, apresentada ao Congresso em abril deste ano, ainda está em análise na Câmara dos Deputados e busca constitucionalizar o Susp, criando parâmetros mínimos para integração das forças policiais. Já o PL Antifacção propõe o enquadramento de “organizações criminosas qualificadas”, com penas que podem chegar a 30 anos de prisão.






