
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso preventivamente pela Polícia Federal na manhã deste sábado (22/11), em Brasília, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A detenção aconteceu na casa onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar desde agosto e foi confirmada pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e pelo advogado Celso Villardi.
A prisão preventiva — que não tem prazo determinado — foi solicitada pela própria PF e autorizada por Moraes após a constatação de que Bolsonaro violou a tornozeleira eletrônica durante a madrugada. Ele foi conduzido para a Superintendência da PF no Distrito Federal, onde está acomodado em uma Sala de Estado, espaço reservado para autoridades.
Por que Moraes determinou a prisão
A decisão foi tomada depois que o Centro de Monitoramento do DF informou ao STF que a tornozeleira eletrônica de Bolsonaro havia sido rompida às 0h08 deste sábado. Além disso, Moraes citou a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente ao condomínio do ex-presidente como um fator que poderia facilitar uma tentativa de fuga.
Segundo o ministro, o ato, apresentado como uma manifestação pela saúde de Bolsonaro, na verdade repetia práticas usadas anteriormente pelo grupo político do ex-presidente para gerar tumulto e pressionar instituições. Moraes destacou ainda que Bolsonaro já teria articulado, em outros momentos, a possibilidade de buscar refúgio em embaixadas estrangeiras.
O ministro mencionou também que aliados próximos de Bolsonaro — como Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro — deixaram o país para tentar escapar de medidas judiciais, reforçando o risco de fuga.
Como foi a operação
Bolsonaro foi preso por volta das 6h, sem apresentar resistência. Michelle Bolsonaro não estava no local. O comboio da PF chegou à sede da corporação às 6h35, onde o ex-presidente passou por exame de corpo de delito, realizado no próprio prédio para evitar exposição.
Condenação e pedido de benefícios
A prisão preventiva não tem relação direta com a condenação de 27 anos e 3 meses que Bolsonaro recebeu em setembro por tentativa de golpe de Estado — sentença que ainda aguarda julgamento de recursos.
Na sexta-feira (21), a defesa de Bolsonaro havia solicitado ao STF que o ex-presidente pudesse cumprir eventual pena em regime domiciliar humanitário, alegando problemas de saúde e risco à vida caso fosse levado ao sistema prisional comum. O pedido não foi atendido.






