7 dezembro 2025

Bolsonaro é o 4º ex-presidente do Brasil preso. Relembre outros casos

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Quatro ex-presidentes da República foram presos desde a redemocratização do país, em 1985, fim da ditadura militar. O mais recente é Jair Bolsonaro (PL), que estava em prisão domiciliar e foi levado para o regime fechado na manhã deste sábado (22/11), por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Bolsonaro é investigado no Inquérito 4.995, que apura tentativas de coação e obstrução de Justiça no processo sobre a tentativa de golpe de Estado. Além disso, ele foi condenado, em setembro, a 27 anos e três meses de prisão no âmbito da Ação Penal 2.668.

Além de Bolsonaro, também foram presos Fernando Collor, Michel Temer e Luiz Inácio Lula da Silva. A seguir, relembre cada caso, em ordem cronológica das prisões.

Lula

Presidente Lula discursa durante abertura do 16º Congresso do PCdoB, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães METROPOLESPresidente Luiz Inácio Lula da Silva

A primeira prisão de um ex-presidente após a redemocratização ocorreu com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 7 abril de 2018. O petista foi detido após condenação proferida no ano anterior pelo então juiz Sérgio Moro, à época responsável pelos processos da Operação Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba.

A sentença apontava que Lula teria recebido um triplex no Guarujá (SP) como propina da construtora OAS, em troca de favorecimento em contratos com a Petrobras. O petista sempre negou as acusações.

Lula se entregou no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP), e ficou preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba por 580 dias. Em novembro de 2019, o STF determinou sua soltura, entendendo que a execução da pena só poderia ocorrer após o trânsito em julgado.

Em 2023, voltou à presidência da República.

Michel Temer

Imagem colorida do ex-presidente Michel Temer (MDB)Ex-presidente Michel Temer (MDB)

O segundo ex-presidente detido foi Michel Temer (MDB). Ele foi preso preventivamente em março de 2019, já no governo Bolsonaro. A ação fez parte da Operação Descontaminação, um desdobramento da Lava Jato que investigava suspeitas de corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraudes em licitações e cartel envolvendo a construção da usina nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro.

A investigação teve como base, entre outros elementos, a delação do engenheiro José Antunes Sobrinho, que afirmou à Polícia Federal que Temer teria ciência do pagamento de R$ 1,1 milhão em propina.

O ex-presidente ficou quatro noites detido no prédio da PF, até ser solto por decisão do desembargador Antonio Ivan Athié, do TRF-2, que entendeu não haver fundamentos suficientes para a manutenção da prisão.

Fernando Collor

Fernando CollorEx-presidente Fernando Collor de Mello

O terceiro ex-presidente a ser preso foi Fernando Collor, preso às 4h da manhã do dia 24 de abril deste ano, em Maceió (AL). Ele se preparava para viajar a Brasília para cumprir voluntariamente a ordem judicial quando foi abordado. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes.

Collor foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em processo relacionado a um esquema de desvios na BR Distribuidora. A pena fixada foi de 8 anos e 10 meses de reclusão, em regime inicial fechado.

Em maio, a defesa apresentou documentos que comprovavam que Collor enfrenta doenças graves, como Parkinson, apneia do sono severa e transtorno afetivo bipolar. Com base nessas informações, o STF autorizou que ele cumprisse a pena em prisão domiciliar, em caráter humanitário.

Jair Bolsonaro

Bolsonaro na saída do hospital DF Star no domingo (14/9)Ex-presidente Jari Bolsonaro

O caso mais recente é o de Jair Bolsonaro, o quarto ex-presidente preso após 1985. Desde 4 de agosto, ele cumpre prisão domiciliar por decisão do ministro Alexandre de Moraes, no Inquérito 4.995, que investiga tentativa de obstrução do julgamento sobre a tentativa de golpe. A medida foi decretada após o descumprimento de cautelares anteriormente impostas.

O filho dele, Eduardo Bolsonaro, e o blogueiro Paulo Figueiredo também fazem parte desse inquérito.

Além da detenção, Bolsonaro foi condenado, em setembro, a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado, no âmbito da Ação Penal 2.668. A decisão atribuiu ao ex-presidente participação em crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado, após perder as eleições de 2022.

O STF deve definir, nos próximos dias, o local onde ele começará a cumprir a pena.

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