A divisão do dinheiro proveniente dos direitos de transmissão coloca o Brasil entre as principais ligas de futebol do mundo, e como o país com a maior diferença entre os clubes na hora de repartir a receita. De acordo com apuração do jornalista Rodrigo Capelo, do Sport Insider, o desequilíbrio marcado nos números de 2024 tende a ser reduzido a partir de 2025, quando entram em vigor os acordos internos firmados por Libra e LFU, mas o tema segue gerando tensão entre as equipes.
Desde a mudança na presidência (com a saída de Rodolfo Landim e a entrada de Luiz Eduardo Baptista), o Flamengo tem manifestado publicamente insatisfação com os novos parâmetros. Até 2024, o clube contava com um mínimo garantido na fatia referente ao pay-per-view, o que lhe assegurava vantagem significativa sobre os demais. A partir do próximo ano, esse mínimo deixa de existir.
Veja as fotosAbrir em tela cheia As ligas Libra e LFUReprodução A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) se pronunciou sobre as falas racistas de Alejandro Domínguez. Flamengo é o único a não assinar a nota.Reprodução
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Os dados de 2024 ilustram o tamanho da diferença. A receita do primeiro colocado na lista, o Flamengo, foi 7,2 vezes maior que a do último: R$ 300 milhões contra R$ 41 milhões do Cuiabá. Mesmo na comparação entre extremos intermediários — o líder e o décimo colocado —, a distância permaneceu alta, com o valor do Flamengo triplicando o recebido pelo Fluminense.
Levantamento com base nas demonstrações contábeis de clubes de Colômbia, Japão, Chile, França, Itália, Espanha e Inglaterra mostra que apenas a Itália se aproxima da disparidade brasileira. Na Serie A, a Inter de Milão arrecadou 6,2 vezes mais que o último colocado e mais do que o dobro do décimo. Isso mostra um cenário ainda desigual, mas menos acentuado que o nacional.
Na direção oposta está o Chile, que apresenta o modelo mais equilibrado. A liga distribui 3,4 bilhões de pesos chilenos igualmente entre todas as equipes, com exceção de Colo-Colo, Universidad de Chile e Universidad Católica, que recebem entre 4,4 e 5,1 bilhões. Mesmo assim, a diferença entre o topo e as demais equipes não supera 1,5 vez. O equilíbrio, porém, aparece em um mercado de valores relativamente baixos.
Além de equilibrada, a Inglaterra é também a liga que movimenta os maiores direitos de TV do mundo. A distância entre Manchester City e Crystal Palace, que é um clube do meio da tabela, foi de 1,3 vez, enquanto a diferença para o Burnley, o último colocado, chegou a 1,7 vez. Com um total de 3,5 bilhões de euros distribuídos anualmente, mesmo clubes pouco conhecidos do público brasileiro, como Sheffield United, Burnley ou Luton Town, alcançam receitas robustas.
Entre as principais fontes de arrecadação do futebol, os direitos de transmissão são a única capaz de ser ajustada com o objetivo de equilibrar a competitividade. Patrocínios, bilheterias e vendas de jogadores não são repartidos, regra que vale para mercados sul-americanos, europeus e asiáticos. Já nos esportes americanos, há divisão de múltiplas receitas. Nesse contexto, o modelo de distribuição da TV é o único instrumento direto à disposição das ligas para reduzir disparidades.
A reformulação prevista pelas associações brasileiras representa um passo nessa direção, mas o retrato de 2024 evidencia o tamanho do desafio.
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