5 dezembro 2025

Câncer: pesquisadora brasileira cria caneta que detecta doença em 10 segundos

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

A química Lívia Schiavinato Eberlin, professora da Baylor College of Medicine, nos Estados Unidos, foi a responsável por uma grande inovação médica que promete acelerar a identificação de câncer em pacientes. Um dispositivo criado pela brasileira é capaz de identificar se um tecido é saudável ou cancerígeno em apenas 10 segundos, já durante a cirurgia

A ferramenta foi intitulada de MasSpec Pen, já é chamada de “caneta que detecta câncer”. Após a criação, o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, conduz o primeiro estudo clínico fora dos Estados Unidos com o equipamento, em parceria com a Thermo Fisher Scientific, multinacional responsável pelo espectrômetro de massas que viabiliza a leitura molecular do tecido.

Veja as fotosAbrir em tela cheia Vacina experimental mostra potencial para prevenir vários tipos de câncerFreepik Doença é caracterizada pela inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhalFreepik Diretrizes de cardiologia trazem metas mais rígidas para colesterol e prevenção de doençasPexels Aumento dos casos de câncer de orofaringePexels

Voltar
Próximo

Leia Também

Famosos
“Ainda pego o telefone pra mandar mensagem”, diz Carol Dieckmmann sobre Preta Gil

Famosos
“Aprendendo a dar espaço para a saudade”: Bela Gil fala sobre luto após morte de Preta Gil

Famosos
“Chance de ver meu filho crescer”, diz Isabel Veloso após vitória contra o câncer

Carla Bittencourt
“Dona de Mim”: Ellen forjou a própria morte para salvar a si mesma e proteger Sofia

Como funciona a tecnologia?

A caneta é conectada a um espectrômetro de massas –um equipamento capaz de identificar as moléculas que compõem uma substância e revelar sua “assinatura química”.

Durante a cirurgia, o médico encosta a ponta da caneta sobre o tecido suspeito. O dispositivo libera uma microgota de água estéril, que permanece em contato com o tecido por alguns segundos. Essa gota extrai moléculas da superfície e é aspirada para o espectrômetro, que analisa sua composição em tempo real.

“É como fazer um café: a água extrai as moléculas da amostra sólida, mas não remove o tecido. A análise é instantânea e não causa nenhum dano”, explicou Lívia Eberlin ao G1.

Diferença da técnica atual

Um dos maiores desafios dos médios, em qualquer cirurgia oncológica, é definir o limite exato do tumor e até onde o cirurgião deve cortar. A meta é remover o tecido doente, evitando deixar célula de câncer para trás, mas sem retirar mais do que o necessário de tecido saudável.

Atualmente os hospitais utilizam o chamado exame de congelação, considerado o padrão-ouro da patologia. Nesse procedimento, o cirurgião remove um pequeno pedaço do tecido suspeito e o envia para o laboratório, onde o material é congelado, cortado em lâminas finas e analisado ao microscópio.

O processo pode levar de 20 minutos a 1h30, tempo em que o paciente permanece anestesiado e a equipe cirúrgica aguarda a resposta do patologista. Com a caneta, o resultado vem em segundos, diretamente da sala de cirurgia, e o cirurgião sabe imediatamente se precisa retirar mais.

Pesquisadora brasileira

Lívia Eberlin é natural de Campinas, em São Paulo, e formada em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ela fez doutorado na Purdue University e pós-doutorado em Stanford.

A profissional é líder da equipe na Baylor College of Medicine e comanda a startup MS Pen Technologies, que desenvolve e pretende comercializar a caneta.

Agora seu objetivo é submeter a tecnologia à aprovação da agência regulatória americana, a Food and Drug Administration (FDA) e, futuramente, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Meu sonho sempre foi trazer a tecnologia para o Brasil. O estudo com o Einstein mostra que ela é robusta, reprodutível e aplicável a diferentes realidades clínicas. É a prova de que a ciência brasileira tem alcance global e pode transformar a vida das pessoas”, pontuou.

- Publicidade -

Veja Mais