O empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a ex-influencer Mari Ferrer, contratou a filha de um ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e uma advogada do Grupo Prerrogativas, que integra lista de cotadas para o Supremo Tribunal Federal (STF), para lhe defender.
André Aranha é parte de um recurso extraordinário com agravo (ARE) impetrado por Mari Ferrer na Suprema Corte para anular o processo que absolveu o empresário. A ação está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
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No fim do mês passado, a defesa de André Aranha enviou uma petição assinada, entre outras pessoas, pela advogada Laura de Azevedo Marques. Ela é filha do jurista Floriano de Azevedo Marques Neto, ministro efetivo do TSE desde maio de 2023. A banca pede para Alexandre de Moraes negar o ingresso de amicus curiae nos autos e manter a absolvição do empresário.
Em novembro de 2020, ela publicou um artigo no jornal O Estado de S. Paulo após viralizar imagens de Mari Ferrer sendo humilhada durante audiência. No texto, Laura de Azevedo Marques fala sobre a “barbárie a que as mulheres brasileiras são submetidas, diariamente, no sistema judiciário. E fora dele”.
É sobretudo por conta dessa audiência que Mari Ferrer tenta anular o processo que absolveu André Aranha.
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À coluna, a advogada explicou que a mensagem central do artigo era: “É difícil mesmo ser advogada criminalista e feminista”. “E eu dizia isso pelo simples fato de que, muito embora mulher e feminista, não me parecia (desde aquela época!) fácil e óbvio ‘vestir uma só armadura’. Afirmo categoricamente: não existe contradição alguma entre defender o devido processo legal e as garantias processuais; e defender os direitos das mulheres”, completou.
A filha do ministro do TSE se junta agora a Dora Cavalcanti, uma das advogadas mais conhecidas do país. Ela já integrava a equipe de defesa de André Aranha no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Dora Cavalcanti faz parte do Grupo Prerrogativas e integra a lista de mulheres cotadas para assumir a vaga de Luís Roberto Barroso na Suprema Corte. Ela também foi sócia do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e advogou para Marcelo Odebrecht no começo da Lava Jato.