“Certa paranoia”, diz Bolsonaro ao justificar violação de tornozeleira

“Certa paranoia”, diz Bolsonaro ao justificar violação de tornozeleira

Em audiência de custódia neste domingo (23/11), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu ter violado sua tornozeleira eletrônica e justificou relatando ter sentido uma “certa paranoia”.

O relato consta na ata oficial da audiência, conduzida por uma juíza auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo ata divulgada após a audiência, Bolsonaro disse ter tido uma “certa paranoia” entre a noite de sexta-feira (21/11) e a madrugada de sábado (22/11), atribuída por ele à interação inadequada entre dois medicamentos que estaria tomando- Pregabalina e Sertralina-, receitados por médicos diferentes.

O cacique do PL também afirmou que teve uma “alucinação” de que havia uma escutada plantada na tornozeleira eletrônica e, por isso violou o equipamento. Relatou não lembrar de outro surto semelhante, e contou que começou a tomar um dos medicamentos apenas quatro dias antes do cumprimento da prisão preventiva.

Bolsonaro disse que, por volta da meia-noite, usou um ferro de solda para tentar abrir a tornozeleira, alegando ter curso para operar esse tipo de equipamento. Ele afirmou ainda que abandonou a tentativa após “cair na razão” e, em seguida, comunicou o que havia feito aos agentes.

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Ex-presidente Jair Bolsonaro é preso

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Bolsonaro na saída do hospital DF Star no domingo (14/9)

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Jair Bolsonaro foi para o hospital por causa de crise de vômitos

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O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser transferido para a Papuda

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Jair Bolsonaro acenando em frente de casa

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Bolsonaro negou tentativa de fuga

O ex-presidente negou qualquer intenção de fuga e reforçou que não tentou romper a cinta do aparelho de segurança. Segundo ele, a única ruptura aconteceu quando precisou fazer uma tomografia.

Bolsonaro também tentou minimizar a vigília convocada por Flávio Bolsonaro, afirmando que o local fica a cerca de 700 metros de sua casa e que, segundo ele, não permitiria tumulto que facilitasse uma fuga.

A audiência de custódia não discutiu o mérito da prisão preventiva, que é uma responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes. A função da juíza auxiliar foi verificar se a prisão seguiu as regras legais e ouvir a manifestação do preso.

No final, ela confirmou que o procedimento foi feito corretamente, destacando que Bolsonaro não mencionou abusos por parte dos agentes.

A avaliação sobre possíveis violações da tornozeleira, uma tentativa de fuga ou outras medidas caberá diretamente ao ministro Moraes.

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Prisão

A PF chegou por volta das 6h à residência do ex-presidente no sábado (22/11) para cumprir o mandado de prisão determinado pelo ministro Moraes. Neste domingo houve a audiência de custódia e a prisão foi homologada, ou seja, ele segue preso.

O magistrado baseou a decisão de decretar a prisão preventiva na violação do equipamento, usado por Bolsonaro enquanto cumpria prisão domiciliar.

Em vídeo divulgado pelo STF também no sábado, o ex-presidente confessou que utilizou um ferro de solda para tentar violar a tornozeleira eletrônica. O relatório sobre o evento mostra que Bolsonaro confessou a tentativa de violar a tornozeleira por curiosidade.

 

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