O adiamento o julgamento de Bruno Henrique, do Flamengo, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) não caiu bem para a presidente do Palmeiras, Leila Pereira. O caso que foi ao tribunal nesta segunda-feira (10/11) será retomado na próxima quinta-feira. No entanto, hoje cedo, Allan, atacante do alviverde, teve suspensão de um jogo confirmada pelo tribunal.
“O que está acontecendo não é justo. Um atleta é condenado por uma infração grave e joga normalmente por dois meses, inclusive fazendo gols e decidindo jogos. Aí, quando finalmente é marcado o novo julgamento, vota-se pela absolvição deste atleta e a sessão é adiada”, disse a presidente do Palmeiras em nota enviada à imprensa ao lembrar do adiamento e do voto do relator do caso favorável a absolvição de Bruno Henrique.
Além de criticar o adiamento do julgamento, Leila Pereira também citou o caso de suspensão de Allan, atacante do Palmeiras, que pegou dois jogos de suspensão após uma expulsão em uma partida contra o Fluminense em julho.
“Enquanto isso, o Allan, que era réu primário, pega duas partidas de suspensão por um lance de jogo e depois tem a punição ratificada pelo Tribunal em pouco mais de 15 dias. E tudo isso acontece em uma semana decisiva, quando já teríamos vários desfalques por conta da Data Fifa. Não queremos ser beneficiados, mas não aceitamos ser prejudicados”, completou.
Por fim, Leila Pereira cobrou “equilíbrio” por parte do tribunal: “O Palmeiras espera que o STJD adote uma postura equilibrada, para que suas decisões não influenciem o curso de um dos campeonatos mais disputados dos últimos anos. Que o campeão seja decidido dentro de campo”.
Veja as fotosAbrir em tela cheia STJD marca nova data de julgamento do atacante Bruno Henrique, do FlamengoFOTOS: GILVAN DE SOUZA/FLAMENGO
O atleta segue atuando sob efeito suspensivo.Reprodução/@b.henrique Bruno Henrique, do Flamengo, é denunciado pelo STJD e pode ser suspenso por até dois anosReprodução/Instagram: @b.henrique Bruno Henrique foi indiciado por tomar amarelo contra o Santos em 2023 / ReproduçãoBruno Henrique foi indiciado por tomar amarelo contra o Santos em 2023 / Reprodução Na súmula da partida, Rafael Klein diz que cartão amarelo a Bruno Henrique aconteceu após “ação temerária” / ReproduçãoNa súmula da partida, Rafael Klein diz que cartão amarelo a Bruno Henrique aconteceu após “ação temerária” / Reprodução
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Entenda todo o caso
Após a investigação da Polícia Federal contra Bruno Henrique ser concluída e trocas de mensagens do atleta com familiares indicarem uma manipulação de resultado em um cartão amarelo recebido pelo jogador no Brasileirão de 2023 em uma partida contra o Santos, o STJD voltou a investigar o caso e apresentou uma denúncia contra o jogador através da procuradoria do órgão.
Em setembro, o caso foi para julgamento que definiu 12 jogos de suspensão e uma multa de R$ 60 mil para o atacante rubro-negro. No entanto, poucos dias depois, o Flamengo entrou com um pedido de recursos e efeito suspensivo que foi concedido pelo tribunal.
Após dois adiamentos, o caso voltou a pauta de julgamento na manhã desta segunda-feira (10/11). Durante o julgamento, o relator do caso, o auditor Sérgio Furtado Filho, votou pela absolvição do atleta no artigo 243-A, que trata de manipulação de resultados e previa até 12 partidas de suspensão. Em contrapartida, ele votou pela punição de Bruno Henrique no artigo 191, por descumprimento de regulamento, aplicando uma multa de R$ 100 mil, mas sem suspensão de jogos.
“O acervo não demonstra que Bruno Henrique tenha atuado de maneira deliberada para alterar o resultado da partida. Os relatórios indicam movimentações suspeitas de apostas, mas não comprovam que o atleta tenha agido em conjunto com o irmão. O lance em si reforça a falta de evidências que vinculem o cartão a um ajuste prévio”, afirmou o relator.
No voto seguinte, no entanto, o auditor Marco Aurélio Choy pediu vistas no processo e adiou a sessão. O julgamento só deve ser retomado nesta próxima quinta-feira (13/11).
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