Durante seu discurso no segundo dia da Cúpula do Clima, realizada nesta sexta-feira (7) em Belém (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo global por ações urgentes contra o aquecimento global. Ele afirmou que o planeta “não comporta mais” o modelo de desenvolvimento baseado no uso intensivo de combustíveis fósseis e alertou para um possível “apocalipse climático” caso não haja mudanças imediatas.
Lula defendeu a criação de um acordo internacional que permita o perdão de dívidas de países em desenvolvimento, desde que os recursos sejam aplicados em projetos de transição energética e sustentabilidade.
“A Terra não comporta mais o modelo de desenvolvimento baseado no uso intensivo de combustíveis fósseis que vigorou nos últimos 200 anos. Não podemos nos omitir nem nos intimidar”, declarou o presidente.
Segundo Lula, os conflitos armados, especialmente a guerra na Ucrânia, têm atrapalhado os avanços na redução das emissões de gases de efeito estufa. Ele criticou o gasto mundial com defesa, dizendo que os recursos deveriam ser direcionados para o enfrentamento da crise climática.
“Gastar com armas o dobro do que destinamos à ação climática é pavimentar o caminho para o apocalipse climático. Não haverá segurança energética num mundo em guerra”, afirmou.
Apesar das críticas ao uso de combustíveis fósseis, o presidente não mencionou os planos do Brasil de ampliar a produção de petróleo, com a exploração da Bacia da Foz do Amazonas.
Lula destacou que o Brasil foi pioneiro na produção de energias renováveis, sendo hoje o segundo maior produtor mundial de biocombustíveis, e que pretende fortalecer a imagem do país como líder global na agenda ambiental.
“Sem resolver a injustiça das dívidas impagáveis e sem abandonar condicionalidades que discriminam os países em desenvolvimento, continuaremos andando em círculos. É preciso garantir acesso à tecnologia e financiamento para que o Sul Global avance na transição energética”, concluiu.
