A coluna teve acesso a imagens inéditas da operação emergencial deflagrada na quarta-feira (26/11) no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ). Nas imagens, os traficantes presos e mortos na ação policial aparecem empunhando fuzis, enquanto articulam a reação do Terceiro Comando Puro (TCP) frente à chegada dos investigadores da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ).
Após a notícia de que três suspeitos haviam sido neutralizados durante um intenso tiroteio, repercutiram informações, na comunidade e nas redes sociais, de que um dos mortos, cuja identidade ainda não foi divulgada, seria um homem conhecido por vender queijos em uma kombi naquela região. No entanto, a Polícia Civil desmentiu a afirmação e assegurou que ele se tratava de um criminoso.
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Nas imagens obtidas pela coluna, ele aparece na laje de uma casa, apontada pela polícia como sendo um bunker dos traficantes do TCP. Vestido com uma camiseta azul, é possível perceber que o homem gesticula enquanto conversa com outros criminosos.
Em dado momento do vídeo, outro traficante surge. Vestindo uma farda preta e empunhando um fuzil, ele sobe no mesmo imóvel em que o suposto comerciante estava.
As cenas seguintes não foram registradas porque o drone das equipes policiais ficou sem bateria. Contudo, os depoimentos dos policiais envolvidos na ação revelam que o suposto comerciante teria deixado a laje e ido para a kombi, onde usou uma pistola para atirar contra os investigadores e acabou perdendo a vida.



O suposto comerciante foi morto dentro do veículo
Reprodução/Web
Um traficante foi preso após fazer uma mulher e uma criança de reféns
Material ceido ao Metrópoles
Bunker e barricada
Conforme apurado pela coluna, ao lado dessa casa há uma creche municipal. A Polícia Civil já apontou, em outras ocasiões, que os criminosos costumam se instalar em lugares previamente analisados justamente para embaraçar o trabalho da polícia, que, diante de uma creche frequentada por crianças, tende a evitar uma operação com tiroteios.
Ainda de acordo com as informações levantadas pela reportagem, o veículo que era usado para a venda de laticínios havia sido instalado em um beco que dava acesso a um ponto de tráfico, servindo como barricada para impedir a entrada da polícia.
Arsenal
Com os traficantes neutralizados e presos, os investigadores apreenderam fuzis, pistolas, granadas, radiotransmissores e carregadores.
O armamento apreendido estava marcado com a sigla “CRT” e adesivos do Corinthians. A coluna apurou com fontes oficiais que os elementos fazem referência ao traficante Lázaro da Silva Alves, vulgo “Corinthians”, apontado como líder do Terceiro Comando Puro (TCP) na Baixada Fluminense.
Criança baleada
Uma criança de 12 anos foi atingida na perna dentro do Ciep Hélio Smidt, localizado ao lado do 22° Batalhão da Polícia Militar (Maré).
Informações preliminares indicam que o menino estava no pátio da escola, em uma atividade de ciências, quando foi baleado.
Em nota, a Secretaria de Polícia Civil declarou que “a operação atingiu seu objetivo e impediu uma guerrilha urbana.”
Os mortos ainda não foram identificados, mas, segundo a corporação, eram narcotraficantes, apontados como seguranças de uma liderança de facção criminosa. Além dos mortos, um homem foi preso, e dois fuzis e pistolas foram apreendidos.
A operação
Ainda de acordo com a PCERJ, a ofensiva foi lançada com base em informações de inteligência, que indicaram a movimentação de traficantes fortemente armados no Complexo da Maré, preparados para invadir uma comunidade rival.
“Para evitar um confronto que poderia resultar em diversas vítimas inocentes, policiais civis da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) realizaram uma operação emergencial na região.”







