
Um terremoto de magnitude 6,3 atingiu o norte do Afeganistão na madrugada desta segunda-feira (3), deixando ao menos 20 mortos e mais de 500 feridos, segundo informações do governo controlado pelo Talibã. As autoridades alertam que o número de vítimas pode aumentar nas próximas horas, à medida que as equipes de resgate alcancem áreas remotas.
O tremor ocorreu próximo à cidade de Mazar-e Sharif, na província de Balkh, a cerca de 28 quilômetros de profundidade, conforme o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). A cidade, que tem mais de meio milhão de habitantes, foi a mais atingida. O órgão norte-americano emitiu um alerta laranja, indicando alto risco de mortes e danos estruturais significativos.
De acordo com o porta-voz do Ministério da Saúde do Talibã, Sharfat Zaman, equipes de emergência e militares foram enviadas para apoiar os resgates em Balkh e Aybak. “Todos os hospitais da região estão em alerta, e o número de mortos e feridos pode aumentar”, afirmou. A Cruz Vermelha também participa das operações de socorro.

Imagens divulgadas pela mídia local mostram prédios completamente destruídos e moradores cavando os escombros com as próprias mãos em busca de sobreviventes. Um dos atingidos, Mohammad Rahim, contou à agência Reuters que ficou preso com sua mãe e irmão por cerca de 15 segundos durante o tremor. “Quando conseguimos sair, a poeira era tanta que não víamos nada”, relatou.
O sismo também causou danos à histórica Mesquita Azul, um dos monumentos mais emblemáticos de Mazar-e Sharif. Autoridades locais relataram rachaduras e desabamentos parciais no santuário.
O Afeganistão está localizado em uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo, na junção das placas tectônicas Indiana e Eurasiática. Em agosto deste ano, outro terremoto devastou o sudeste do país, matando mais de 2.200 pessoas. Em 2023, um tremor semelhante deixou cerca de mil mortos.
Devido à sua posição geográfica, o Afeganistão sofre constantemente com terremotos de grande magnitude, o que agrava ainda mais a crise humanitária no país, que enfrenta escassez de recursos e infraestrutura precária para lidar com desastres naturais.






