A LungVax, primeira vacina preventiva contra o câncer de pulmão, começa a ser testada em humanos no próximo ano. O estudo foi desenvolvido pela Universidade de Oxford juntamente com a University College London e representa um grande avanço na oncologia, buscando a prevenção do tumor que mais mata no mundo.
A vacina promete promover uma estratégia inédita: treinar o sistema imune para caçar células pulmonares que começam a se comportar de forma suspeita — antes mesmo do tumor existir. Vale ressaltar que o estudo recebeu financiamento de R$ 13 milhões para ser colocado em prática.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Tripla combinação de remédios desacelera avanço de tipo agressivo de câncer de próstataFreepik Criança com câncerReprodução brasilescola.uol.com.br Vacina experimental mostra potencial para prevenir vários tipos de câncerFreepik
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Entenda o funcionamento da vacina
O sistema experimental funciona como um vetor viral não replicante —um vírus modificado que não causa infecção e serve apenas como meio de transporte para levar um conjunto específico de instruções até as células.
Essas instruções são um pequeno pedaço de DNA colocado dentro do vetor. Quando esse material chega às células, ele age como um comando: faz o organismo produzir um fragmento de proteína chamado NY-ESO-1.
Esse fragmento é importante porque costuma aparecer em células que começaram a sofrer alterações precoces, aquelas mudanças iniciais que precedem o câncer. Age como um marcador típico de células que saíram do comportamento normal e passaram a acumular mutações.
Ao expor o sistema imunológico a esse fragmento antes que o problema apareça de verdade, a vacina ensina o corpo a reconhecer esse sinal como algo que deve ser combatido imediatamente.
Isso significa que a tecnologia cria uma espécie de vigilância imunológica contínua no pulmão, preparada para identificar alterações muito iniciais antes de elas se transformarem em um tumor.
Público alvo
A LungVax trabalha com outra lógica: prevenção para evitar a volta do câncer. No primeiro momento, ela será testada em pessoas que já tiveram câncer de pulmão em estágio inicial, já foram operadas e apresentam alto risco de repetição. Além de indivíduos que participam de programas de rastreamento e têm alterações pulmonares que requerem acompanhamento.
As fases do estudo
Os pesquisadores obtiveram autorização para iniciar os testes em humanos, o que inicia o caminho e coloca a vacina em fase de ensaio clínico. Agora, o primeiro objetivo é garantir que é seguro. Depois, entender como funciona no corpo e só então avaliar se realmente previne a doença.
Depois de confirmar a segurança e seguir adiante, vem o processo onde os cientistas dão a vacina para um grupo maior de pessoas – com risco elevado de câncer de pulmão e comparam com outro grupo que não recebe a vacina. É o que se chama de grupo controle.
