O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, chega a Brasília (DF), neste sábado (27/12), trazido pela Polícia Federal (PF) após ser preso em tentativa de fuga no Paraguai. A transferência dele abre caminho, agora, para os próximos passos em relação ao caso.
Silvinei foi detido na madrugada dessa sexta-feira (26/12), no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, quando tentava embarcar em um avião que passaria pelo Panamá e teria como destino final El Salvador.
Silvinei foi condenado a 24 anos e 6 meses de prisão pelo STF por integrar a trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. No decorrer da fuga, o ex-diretor da PRF teria rompido a tornozeleira eletrônica e deixou o Brasil, supostamente, pela fronteira com o Paraguai.
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Silvinei Vasquez após prisão
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Foto de identificação de Silvinei Vasques pela polícia do Paraguai destaca pinta no pescoço
Reprodução X Polícia do Paraguai
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Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Silvinei Vasques com capuz
Reprodução/GloboNews
Tentativa de fuga
- Silvinei cumpria medidas cautelares em Santa Catarina, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de deixar o país.
- Com a violação do equipamento de monitoramento, alertas foram emitidos às autoridades brasileiras e internacionais.
- Informações preliminares apontam que Silvinei tentou alterar a foto de um passaporte para passar pelo controle migratório.
- A tentativa, no entanto, já era monitorada, e a adidância da PF no Paraguai havia comunicado previamente a polícia local.
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Segundo a investigação, Silvinei tentou embarcar com um passaporte falso quando foi preso por agentes locais. O plano envolveu, inclusive, a tentativa de burlar os controles de imigração, passando-se por cidadão paraguaio, com o nome de Julio Eduardo Fernandez.
A tentativa de fuga deve piorar a situação do ex-diretor da PRF na Justiça. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do caso, decretou a prisão preventiva de Silvinei, diante do descumprimento das cautelares.
Até então, ele aguardava a publicação do acórdão do julgamento e abertura de prazo para recursos, antes do trânsito em julgado. Silvinei integrou o chamado núcleo 2 da trama golpista, que foi o último a ser julgado pela Primeira Turma do STF.
Com prazos e trâmites da ação, ele ainda teria um tempo em liberdade até o início do cumprimento da pena. Com a tentativa de fuga, no entanto, o ex-diretor da PRF deve ser mantido preso, a partir de agora.
A prisão
Após a prisão feita pela polícia do Paraguai, Silvinei foi entregue às autoridades brasileiras em Foz do Iguaçu (PR), na noite dessa sexta. Ele foi levado de carro de Ciudad del Este até a fronteira. Silvinei passou a noite no município paranaense e será encaminhado para Brasília de avião, nesta manhã.
O direcionamento de Silvinei ao Brasil foi realizado em cumprimento à expulsão sumária do brasileiro, após negociação entre as autoridades diplomáticas dos dois países.
Acusação
Conforme a Procuradoria-Geral da República (PGR) expôs em denúncia à Justiça, Silvinei Vasques integrou o núcleo 2 da trama golpista e teria coordenado ações que dariam suporte ao plano de golpe de Estado. Ele chegou a ser preso preventivamente em 9 de agosto de 2023, mas foi solto no último dia 8 de agosto por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.
A investigação da trama golpista apontou que Silvinei coordenou a realização de bloqueios em rodovias, no dia da eleição em 2022, cujo objetivo era dificultar a votação em distritos eleitorais onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria a preferência do eleitorado. A ação foi enquadrada como crime de prevaricação e violência política.






