
Benigno Queiroz Sales e Risonete Borges Monteiro, acusados pelo assassinato do colono Francisco Campos Barbosa, conhecido como “Chico Abreu”, ocorrido em 2022, foram condenados a mais de 50 anos de prisão pelo Tribunal do Júri. O julgamento foi realizado na última sexta-feira (12), no Fórum de Xapuri, município onde o crime aconteceu, no interior do Acre.
A sessão do júri popular durou mais de 12 horas e terminou com a condenação dos dois réus por homicídio qualificado. Benigno Queiroz Sales recebeu pena de 29 anos de prisão em regime inicial fechado, enquanto Risonete Borges Monteiro foi condenada a 25 anos de prisão, também em regime fechado. Além da condenação pelo homicídio, Benigno ainda responde por furto.
A defesa de Risonete informou que irá recorrer da sentença. Já a defesa de Benigno é realizada pela Defensoria Pública do Estado do Acre (DPE-AC), que não costuma se manifestar publicamente sobre os processos em que atua.
Na decisão, o juiz Luís Gustavo Alcalde Pinto destacou a gravidade do crime e o impacto causado à população local. Segundo o magistrado, a conduta dos réus gerou clamor social, medo e pavor entre os moradores de Xapuri, além de provocar profundo abalo psicológico nos familiares da vítima, perceptível durante toda a sessão do júri.
As investigações apontaram que Risonete, companheira de Francisco por mais de dez anos, teria planejado o assassinato com o objetivo de ficar com o patrimônio da vítima, que incluía dinheiro, colônias e gado. Benigno Queiroz Sales foi contratado por ela e passou a trabalhar na propriedade pouco tempo antes do crime.
Conforme apurado, Francisco havia recebido R$ 16 mil provenientes de um negócio fechado dias antes do homicídio. De posse dessa informação, os acusados teriam arquitetado uma emboscada para matar o colono e se apropriar do dinheiro.
Após o planejamento, Risonete viajou para Rio Branco, deixando Benigno sozinho com a vítima. No dia do crime, o acusado ingeriu bebida alcoólica com Francisco, acreditando que assim conseguiria descobrir onde o dinheiro estava escondido. No entanto, segundo o Ministério Público do Acre (MP-AC), a vítima desconfiou da situação e tentou fugir em direção a um milharal.
Durante a fuga, Benigno pegou a espingarda da própria vítima e efetuou um disparo que atingiu as costas de Chico Abreu. Mesmo ferido, ele ainda conseguiu correr cerca de 200 metros, mas acabou caindo. Em seguida, o acusado se aproximou e passou a enforcá-lo, enquanto exigia informações sobre o dinheiro, afirmando que Risonete teria revelado onde a quantia estaria guardada.
A denúncia relata que Francisco chegou a dizer que o dinheiro estaria no quarto de Risonete, trancado, com a chave escondida embaixo de uma lata de tinta. Após o assassinato, o corpo foi deixado no milharal, enquanto o acusado retornou à residência em busca da quantia.
Sem encontrar o dinheiro, Benigno fugiu levando a arma de fogo, uma motocicleta e outros pertences pessoais da vítima. O caso chocou a população de Xapuri e teve grande repercussão em todo o estado.
Fonte:G1 Ac






