O casal de turistas agredido por comerciantes na praia de Porto de Galinhas, no litoral sul de Pernambuco, anunciou que vai processar a Prefeitura de Ipojuca e o governo do estado. O episódio aconteceu na tarde de sábado (27/12) e levou os dois a anteciparem o retorno para casa, no Mato Grosso.
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De acordo com Johnny Andrade e Cleiton Zanatta os argumentos para o processo baseiam-se na falta de segurança, na precariedade da infraestrutura pública e na omissão das autoridades.
“Eu não sei se esse lugar tem um prefeito, eu não sei se esse lugar tem vereadores, eu sei que esse lugar tem um hospital que não tem um raio X”, disse. Segundo ele, após as agressões, foi necessário buscar atendimento fora da localidade. “Nós tivemos que ser transferido para Ipojuca, não tinha ambulância, tivemos que pagar do nosso bolso”, relatou Cleiton em um vídeo publicado no Instagram.
Ainda nas gravações, o empresário cobra responsabilização das autoridades e afirma que a decisão de acionar a Justiça já foi tomada. “Eu queria, prefeito, que você passasse por uma situação dessa lá na praia. Eu estou intimando você a arcar com os nossos prejuízos”, afirmou.
Em seguida, reforçou: “A gente vai processar a prefeitura [de Ipojuca], o estado de Pernambuco. E eu espero nunca mais na minha vida pisar nesse lugar”.
Na manhã desta terça-feira (30/12), o casal publicou um novo vídeo, gravado no Aeroporto de Maceió, informando que conseguiu antecipar a viagem de volta para Cuiabá. Segundo eles, a decisão foi motivada pelo trauma causado pelas agressões.
Até a última atualização, não havia confirmação oficial sobre a data de entrada das ações judiciais.
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O caso
O empresário Cleiton Zanatta, de 49 anos, e o companheiro, Johnny Andrade, relataram que a confusão começou após um desentendimento sobre a cobrança pelo aluguel de cadeiras e guarda-sol.
Segundo os turistas, o valor inicialmente combinado foi de R$ 50, mas, no momento do pagamento, os barraqueiros passaram a exigir R$ 80, sem aviso prévio. A recusa em pagar o novo preço teria desencadeado as agressões.
A Prefeitura de Ipojuca se manifestou nas redes sociais, lamentou o ocorrido e classificou o episódio como grave. O prefeito Carlos Santana (Republicanos) divulgou um vídeo pedindo desculpas aos turistas e anunciou medidas emergenciais, como o reforço da fiscalização na orla com a Guarda Municipal, Procon e agentes ambientais.
Como parte das providências, a prefeitura determinou a interdição, por uma semana, da barraca onde a confusão teve início e o afastamento dos funcionários envolvidos até a conclusão das investigações. A Polícia Civil também intimou os suspeitos de participação nas agressões.
Os barraqueiros, por sua vez, negam que o episódio tenha sido motivado por homofobia ou cobrança abusiva. Em nota, afirmaram que os valores cobrados estariam informados no cardápio do estabelecimento e que um dos funcionários também teria sido agredido durante a confusão.






