
A forte chuva registrada entre a madrugada e o início da manhã desta quarta-feira (17) causou alagamentos em vários bairros de Rio Branco, gerando transtornos à população. Segundo a Defesa Civil Municipal, o volume de chuva acumulado entre meia-noite e 5h chegou a 71,8 milímetros.
Com a intensidade da precipitação, o nível do Rio Acre atingiu 6,30 metros, apresentando elevação de 16 centímetros nas primeiras horas do dia. Em diversas áreas da capital, ruas ficaram completamente alagadas, veículos foram parcialmente submersos e residências tiveram cômodos invadidos pela água, resultando em prejuízos materiais.
Apesar dos alagamentos, a Defesa Civil informou que, até o momento, não houve registro de transbordamento de igarapés. No entanto, os cursos d’água seguem em elevação e permanecem sob monitoramento constante.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, o volume de chuva registrado nas últimas horas já supera a média histórica prevista para todo o mês de dezembro, que é de 268 milímetros. “Até as 5h da manhã, já tínhamos acumulado mais de 71,8 milímetros. Se compararmos, cada hora de chuva equivale praticamente a um dia inteiro de precipitação do mês de dezembro. Até a manhã desta quarta-feira, o acumulado desde o início do mês chegou a 285 milímetros, acima do esperado para todo o período”, explicou.
Entre as áreas afetadas está o bairro Baixada. A moradora Enide da Silva, que vive no local há cerca de 50 anos, relatou que a água começou a invadir a casa por volta das 4h30. “Quanto mais chovia, mais a água entrava. Veio pelo banheiro e pela área dos fundos. Fiquei dentro d’água puxando a lama preta que vinha do esgoto. Meus braços estão doendo de tanto usar o rodo”, contou.
Para minimizar os prejuízos, Enide precisou retirar alguns eletrodomésticos do imóvel. “Tirei a máquina de lavar e a centrífuga porque ainda estou pagando. Fiz o possível para não perder”, relatou.
O marido dela, José Rodrigues de Souza, afirmou que os alagamentos se tornaram frequentes ao longo dos anos e atribui o problema ao transbordamento de um esgoto próximo à residência. “Quando chegamos aqui, não alagava. Hoje, qualquer chuva mais forte já enche a casa. O que a gente não quer perder precisa levantar com tijolos. Até o carro tivemos que tirar para não molhar o motor”, disse.
FONTE:G1 AC






