Corrida envelhece o rosto? Dermatologista explica a “runner’s face”

Corrida envelhece o rosto? Dermatologista explica a “runner’s face”

Com a popularização das corridas de rua, imagens de provas ao ar livre e treinos urbanos passaram a ocupar espaço constante nas redes sociais. Junto com esse movimento, ganhou força um termo que desperta curiosidade — e preocupação: a chamada runner’s face, expressão usada para descrever um suposto envelhecimento precoce do rosto em quem corre com frequência.

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Mas afinal, a corrida pode mesmo envelhecer a pele? Para o médico dermatologista Octávio Guarçoni, referência em saúde metabólica, a resposta é direta: não. Segundo ele, a ideia de que o impacto da corrida “derruba” os tecidos do rosto ou acelera o envelhecimento não passa de um mito popular.

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“O movimento da corrida não degrada fibras de colágeno nem provoca flacidez facial”, afirma Guarçoni. O especialista explica que mudanças no contorno do rosto podem ocorrer, mas estão ligadas à perda natural de gordura corporal associada ao exercício e ao próprio processo de envelhecimento, não à prática esportiva em si.

Corredores que mantêm uma rotina de proteção solar, hidratação adequada e acompanhamento dermatológico dificilmente terão danos específicos relacionados à atividade

De acordo com o dermatologista, os benefícios da corrida vão muito além do condicionamento físico. A atividade contribui para melhorar a circulação, fortalecer músculos e articulações, regular o sono e reduzir o estresse. “O corpo se adapta gradualmente ao esforço e os efeitos positivos são claros para a saúde como um todo”, destaca.

Quando o rosto parece mais cansado, com sulcos ou olheiras evidentes, a causa costuma ser outra. Para Guarçoni, esses sinais são frequentemente atribuídos à corrida de forma equivocada.

“O envelhecimento da pele está relacionado principalmente à exposição acumulada ao sol, à poluição, ao tabagismo e à genética”, explica.

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Com a chegada do verão, o médico reforça que os cuidados com a pele durante treinos ao ar livre devem ser redobrados. O uso de protetor solar de amplo espectro, com reaplicação regular, é fundamental. Hidratação adequada e acompanhamento dermatológico também fazem diferença para evitar ressecamento e danos cutâneos. Bonés, chapéus e roupas leves ajudam a reduzir a exposição direta ao sol.

Entusiasta da corrida, Guarçoni defende que o esporte não deve ser encarado como inimigo da estética. “Corredores que mantêm proteção solar, boa hidratação e cuidados básicos com a pele dificilmente terão prejuízos relacionados à atividade”, afirma.

Os alertas emitidos  de que o movimento da corrida mexe com os tecidos face são fictícios

Na avaliação do especialista, a chamada runner’s face é mais um rótulo do que um diagnóstico. “A corrida é aliada da saúde e do bem-estar. Quando praticada com consciência, ela não envelhece o rosto — pelo contrário, contribui para uma vida mais ativa e equilibrada”, conclui.

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