Até quando nossos coleguinhas de São Paulo, encarregados da cobertura diária das atividades do governador Tarcísio de Freitas, irão se conformar com o silêncio dele sobre a recém-lançada candidatura de Flávio Bolsonaro a presidente da República?
Tarcísio não tem a obrigação de falar a respeito, mas os jornalistas têm de perguntar. Ou tinham antigamente. Não existe pergunta incabível, pode existir resposta desastrada. Mas aí o problema será de quem a deu, não de quem a provocou.
Alguma dúvida sobre o interesse do distinto público em saber se Tarcísio apoiará a candidatura de Flávio a presidente e abrirá mão da sua? Não importa que nos últimos meses ele tenha insistido com a história de que só pensa em concorrer à reeleição.
Dos fregueses habituais da Rua 25 de Março, o maior centro de comércio popular da América Latina, aos acionistas de bancos e de empresas com sede na Avenida Faria Lima, não há quem ignore a pressão sobre Tarcísio para que concorra à vaga de Lula.
Não basta a declaração de Flávio de que Tarcísio o apoiará, como lhe teria dito. Não basta lembrar que Tarcísio já disse inúmeras vezes que respeitaria a decisão de Bolsonaro sobre o eventual candidato da direita em 2026, fosse ela qual fosse.
Tudo isso, a essa altura, é passado. Fato é fato. Mas o fato novo revoga o fato anterior, e por sua vez, pode ser revogado pelo fato consumado. O fato novo é a candidatura de Flávio. Se ele se transformará em fato consumado, só o futuro dirá.
O fato novo não impediu Ronaldo Caiado, governador de Goiás, de manter sua candidatura a presidente. Como ele sabe que seu partido, o União-Brasil, não o apoiará, Caiado está à procura de outro. Talvez o Solidariedade, de Paulinho da Força Sindical.
Romeu Zema, governador de Minas Gerais, já adiantou que não abdica de sua candidatura pelo NOVO. Candidatos a presidente, mesmo sem possibilidade de vencer, ajudam a puxar votos para o Congresso. Nem sempre, é verdade, mas costumam ajudar.
Se teimar, com a cumplicidade da imprensa, em esconder o que fará da vida, é porque Tarcísio ainda pensa em ser candidato a presidente. A 25 de Março, não sei. Mas é o que deseja a Faria Lima, boa em ganhar dinheiro, ruim em fazer política. Ainda bem.
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