11 dezembro 2025

Gestoras do Acre apresentam modelo de governança verde e ações de resiliência climática em congresso do Ifac

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Foto: Ana Thaís Cordeiro/Sema

Com foco em mostrar como o Acre tem se preparado para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas, gestoras do governo estadual apresentaram, nesta quarta-feira (10), o painel “Governança verde: modelo acreano de resiliência climática” durante o 10º Congresso de Ciência e Tecnologia do Instituto Federal do Acre (Ifac), realizado na sede da reitoria, em Rio Branco.

A apresentação integrou a programação oficial do Acre na COP30 e destacou políticas públicas, tecnologias e estratégias usadas pelo Estado para lidar com eventos extremos, como enchentes, longos períodos de seca e escassez de água. As ações envolvem fortalecimento institucional, participação das comunidades e uso de ferramentas digitais para proteger populações mais vulneráveis.

Participaram do painel a secretária-adjunta da Sema, Renata Souza; a presidente do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Jaksilande Araújo; e a secretária dos Povos Indígenas (Sepi), Francisca Arara.

Abrindo o debate, Jaksilande Araújo apresentou a estrutura do Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais (Sisa), que completa 15 anos em 2025. O programa é reconhecido mundialmente por ser pioneiro no modelo de REDD+ Jurisdicional, que recompensa ações de conservação da floresta e de redução de emissões.

Segundo ela, todo o avanço do Sisa é resultado de um processo construído junto às comunidades tradicionais, indígenas e agricultores familiares.

Foto: Ana Thaís Cordeiro/Sema

“O Sisa reconhece e valoriza quem mantém a floresta em pé. É um modelo de governança com voz para as comunidades e que projeta o Acre internacionalmente”, afirmou.

Ela também destacou o papel do IMC nas consultas para atualizar as regras de repartição de benefícios do ISA Carbono, garantindo transparência e participação social.

Políticas para povos indígenas fortalecem proteção ambiental

Na sequência, a secretária Francisca Arara apresentou as ações voltadas aos povos indígenas. O Acre possui cerca de 31 mil indígenas, de 18 povos, distribuídos em 36 terras indígenas.

Ela reforçou que os territórios indígenas têm papel central na proteção da floresta e explicou como o Estado vem fortalecendo políticas de gestão territorial e ambiental, principalmente por meio dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs).

Francisca destacou também o trabalho dos agentes florestais indígenas, que recebem formação técnica para atuar na proteção de rios, nascentes, recuperação de áreas degradadas e manejo sustentável.

Foto: Ana Thaís Cordeiro/Sema

“Esse trabalho une o conhecimento tradicional ao técnico. Isso faz toda a diferença na preservação dos nossos territórios”, disse.

Encerrando o painel, Renata Souza apresentou um panorama das políticas estaduais voltadas à adaptação climática. Entre os programas citados estão:

  • Saúde na Floresta – leva atendimento médico, assistência social e educação ambiental para comunidades em unidades de conservação.

  • Juntos pelo Acre – criado em 2023, atende famílias afetadas por enchentes e se consolidou como política de proteção social.

  • Programa de Resiliência Socioambiental – com investimento de cerca de R$ 15 milhões do Fundo Brasil–ONU para a Amazônia, atua nas áreas de proteção do Lago do Amapá e do Igarapé São Francisco.

Renata também apresentou a Plataforma Climate Acre, lançada em Nova York durante a Semana do Clima de 2025. A ferramenta reúne dados climáticos e socioambientais para analisar impactos de inundações em populações vulneráveis.

“A experiência do Acre mostra que é possível conciliar desenvolvimento, inclusão social e conservação ambiental. É um modelo baseado em ciência, dados e diálogo com as comunidades”, concluiu.

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