A Globo decidiu transformar o final de “Dona de Mim” em operação de alta segurança. Capítulos finais trancados, gravações com equipe mínima, roteiros que não entram no sistema interno e leituras a portas fechadas. Para quem olha de fora, parece até que a emissora guarda o desfecho de um fenômeno de audiência. Só que não é bem assim.
Apesar do esforço, “Dona de Mim” – infelizmente! – não virou o sucesso que a Globo esperava. A novela tem seu público, claro, mas está longe de provocar aquela corrida por spoilers que outras tramas do horário já geraram. O mistério, portanto, acaba soando maior que a ansiedade real do telespectador para saber quem Leo (Clara Moneke) vai escolher ou qual será o destino do vilão Jaques (Marcello Novaes).
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Mesmo assim, o diretor artístico Allan Fiterman optou por repetir o esquema rígido que usou em “No Rancho Fundo”. Desde que a morte de Abel (Tony Ramos) movimentou a história, ele reforçou o controle de acesso aos roteiros. Nada circula sem senha corporativa, e cenas cruciais não passam pelo sistema Eva, que normalmente distribui materiais para dramaturgia e elenco.
A autora Rosane Svartman acompanha de perto os ajustes finais, colaborando diretamente no set e reduzindo ainda mais o número de pessoas que têm contato com os desfechos.
A previsão é encerrar as gravações antes do Natal. O elenco já se prepara para o recesso e, nos bastidores, comentam que mais de uma festa de despedida está sendo organizada. Se tudo seguir como planejado, a novela sai do ar em 9 de janeiro, abrindo espaço para “Coração Acelerado”, que estreia no dia 12 e aposta no universo sertanejo.
No fim, o segredo em torno da trama pode até render manchetes, mas não muda o ponto principal: “Dona de Mim” não chega à reta final com aquele apetite popular que justifique tanto bloqueio. O sigilo impressiona mais do que o próprio interesse do público nos finais guardados a sete chaves.
