9 dezembro 2025

Iapen e Semulher reforçam enfrentamento à violência contra mulheres e contribuição para reduzir reincidência entre homens em alternativas penais

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Como parte da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) realizou, nesta terça-feira, 9, em parceria com a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), uma palestra voltada a servidores e pessoas em cumprimento de alternativas penais, ampliando o alcance do debate sobre machismo, cultura de violência e responsabilização masculina. A ação, além de educativa, tem potencial direto para reduzir índices de reincidência, ao provocar reflexão crítica justamente entre homens que cumprem medidas relacionadas à violência.

Este ano, a Semulher tem levado atividades para diversas instituições do estado dentro do período de ativismo, iniciado em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Ao integrar servidores e o público acompanhado pela Central Integrada de Alternativas Penais (Ciaps), o Iapen reforça sua política de educação e prevenção como estratégia na segurança pública.

A coordenadora da Central Integrada de Alternativas Penais de Rio Branco, Priscila Oliveira, reforçou que o impacto da ação vai muito além do momento da palestra. “Os 21 dias de ativismo trazem reflexões profundas sobre vulnerabilidades e sobre o ciclo da violência. Quando essas conversas chegam aos homens que estão em alternativas penais, muitas vezes por crimes relacionados à violência doméstica, nós ampliamos a chance de que eles compreendam o dano causado e não reincidam. São ações que mudam trajetórias.”

Priscila Oliveira, coordenadora da Central Integrada de Alternativas Penais de Rio Branco. Foto: Diogo José/Iapen

Entre os servidores, a avaliação também foi positiva. O servidor Pablo Arruda destacou a importância do diálogo direto e da abertura do grupo para a escuta. “Foi uma palestra muito boa. Sabemos da delicadeza do assunto e muitos homens têm dificuldade de assimilar e ouvir uma mulher. Mas a palestrante conduziu o tema de forma essencial. É um assunto muito importante”, pontua.

A chefe da Divisão de Assistência ao Servidor Penitenciário (Dasp), Adriana Maia, destacou que o diálogo é fundamental diante do cenário atual. “Temos casos de violência contra a mulher sendo noticiados quase todos os dias. É essencial que servidores, e também os homens, estejam informados e sensibilizados. Trazer a Semulher para esse debate aqui dentro contribui para mudança de mentalidade e, principalmente, para evitar que novas agressões aconteçam”, afirma.

A palestra “Papo de homem: como conversar com homens sobre violência contra mulheres” foi conduzida por Paula Luane Braga, chefe do Departamento de Ações Temáticas e Psicológica da Semulher. Ela abordou conceitos de violência de gênero, estruturas sociais que sustentam comportamentos agressivos e os impactos do machismo na vida de homens e mulheres.

“Trabalhamos a conscientização, a responsabilização e a sensibilização. Queremos que eles se tornem multiplicadores. O machismo envolve todos, e entender essa estrutura ajuda tanto na prevenção da violência quanto no reconhecimento de processos que adoecem esses próprios homens. Trazer esse debate para profissionais de segurança e para homens em alternativas penais é fundamental para quebrar ciclos violentos”, enfatiza.

Servidores do Iapen durante a palestra. Foto: José Lucas Gaia/Iapen

Ao unir formação para servidores e educação transformadora para homens em alternativas penais, o Iapen e a Semulher reforçam que o enfrentamento à violência contra a mulher exige cooperação, diálogo e compromisso. Ações como essa não apenas promovem conscientização, mas também ajudam a prevenir novas agressões, contribuindo para a segurança pública e para a redução da reincidência no estado.

 

- Publicidade -

Veja Mais