
A Justiça do Acre decidiu, de forma unânime, que Wellington Costa Batista, conhecido como “Nego Bala”, será levado a júri popular pelo massacre ocorrido em novembro de 2023 no bairro Taquari, em Rio Branco. A decisão foi tomada pela Câmara Criminal ao rejeitar um recurso da defesa, que alegava falta de provas sobre a participação do acusado no crime.
A chacina deixou seis pessoas mortas dentro de uma residência na Rua Morada do Sol. A data do julgamento ainda não foi definida.
No recurso, os advogados de Wellington argumentaram que a acusação estaria baseada principalmente no depoimento de um adolescente posteriormente negado em juízo e que não haveria comprovação suficiente de sua autoria.
No entanto, os desembargadores concluíram que a pronúncia não dependeu exclusivamente desse depoimento, mas de conjunto de provas reunidas ao longo da investigação. O processo aponta que Wellington exerceria posição de destaque dentro da facção Comando Vermelho e teria atuado como mandante da chacina mesmo estando preso no Ceará, usando mensagens e ligações para se comunicar com os executores.
Como as investigações chegaram ao nome de “Nego Bala”
As apurações avançaram após a apreensão de um adolescente, integrante de facção, flagrado com uma arma furtada de um policial civil uma semana antes da chacina. O grupo exibia o armamento nas redes sociais, o que levou a Delegacia de Combate a Roubos e Extorsões (Dcore) até o jovem.
O pai do adolescente chegou a alegar que o filho não tinha envolvimento com o crime, mas imagens e provas apresentadas pelo delegado Alcino Júnior comprovaram o contrário. Após pressão, o jovem revelou que o mandante da ação seria Nego Bala, que coordenou todo o ataque por meio de mensagens enquanto estava no Nordeste.
A perícia no celular do adolescente também revelou conversas e registros relacionados ao planejamento da chacina. No dia da prisão de Wellington, policiais relataram que ele destruiu o aparelho no momento da abordagem. No local, foram encontrados mais de dez celulares quebrados.
O massacre
A chacina ocorreu na noite de 3 de novembro de 2023, quando seis pessoas foram assassinadas dentro de uma casa. Ao chegar ao local, a Polícia Militar encontrou um jovem de 18 anos ferido, atendido pelo Samu após ser baleado.
Segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o crime foi motivado pela guerra entre facções pela disputa de território. O DHPP informou ainda que uma das vítimas era parente de um detento morto na rebelião no presídio Antônio Amaro, meses antes.
Vítimas:
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Valdei das Graças Batista dos Santos, 31 anos
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Adegilson Ferreira da Silva, 38 anos
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Luan dos Santos de Oliveira, 18 anos
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Sebastião Ytalo Nascimento de Carvalho, 18 anos
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Tailan Dias da Silva, 17 anos
Acusados de participação na chacina que sobreviveram
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Davidesson da Silva Oliveira, “Escopetinha”
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Denilson Araújo da Silva, “Jabá”
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Tony da Costa Matos, “Tony Barroca”
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José Weverton Nascimento da Rosa, “Raridade”
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Ronivaldo da Silva Gomes, “Roni”
Em janeiro de 2024, a Justiça aceitou a denúncia contra os seis suspeitos apontados como responsáveis pela ação. Quase um ano após o crime, quatro deles foram interrogados em audiência de instrução.






