Yuri de Carvalho da Silva reapareceu no futebol trazendo no corpo um lembrete permanente da vida que deixou para trás. O atacante, hoje no Goytacaz, está a um jogo de conquistar a Série B2 do Campeonato Carioca usando um equipamento incomum no uniforme: a tornozeleira eletrônica que monitora seu cumprimento de pena em regime aberto. Preso em 2018 por tráfico de drogas, ele deixou o encarceramento em maio deste ano, após sete anos detido.
O campo como extensão da pena
Autorizado a voltar ao trabalho, Yuri passou a conciliar a rotina esportiva com as restrições impostas pela Justiça do Rio de Janeiro. Desde o início da competição, o atacante entrou em todos os jogos usando a tornozeleira. No último domingo (30/11), no empate por 1 a 1 com o Macaé, no Moacyrzão, as câmeras da transmissão do Cariocão TV registraram o equipamento preso à perna esquerda do atleta.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Marcado no sistema e ligado no jogo: o atleta que joga com tornozeleira eletrônicaReprodução Marcado no sistema e ligado no jogo: o atleta que joga com tornozeleira eletrônicaReprodução
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Neste domingo (7/12), no Aryzão, ele poderá disputar o título ainda sob monitoramento.
Quando o regulamento não fecha portas
Apesar da situação incomum, não há na Federação de Futebol do Rio de Janeiro qualquer proibição ao uso do aparato eletrônico em campo. A Ferj não possui regra que impeça atletas monitorados de atuarem. O Goytacaz pediu à Vara de Execução Penal a retirada do equipamento, segundo informou o “ge.com”, mas ainda aguarda resposta.
Da operação ao recomeço
A prisão de Yuri aconteceu em 2018, quando ele defendia o Campos Atlético Associação. Ele foi detido com outras 27 pessoas durante a Operação Verde Oliva. Na época, a Polícia Civil afirmou que o jogador utilizava sua influência no meio esportivo para facilitar a venda de entorpecentes. Após a condenação, ele cumpriu pena na Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro até a progressão para o regime aberto.
A vida que se joga em dois campos
Entre treinos, partidas e as obrigações impostas pelo sistema penal, Yuri tenta reorganizar a própria história. A tornozeleira, sempre visível, transforma cada entrada em campo em uma síntese concreta desse percurso: o atleta que tenta reconstruir a carreira sem ocultar o monitoramento judicial que ainda o acompanha. No domingo, a disputa pelo título da Série B2 pode adicionar um novo capítulo que mistura punição, vigilância e futebol. Isso com todos coexistindo no mesmo gramado.
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