24 dezembro 2025

Moraes autoriza internação e cirurgia de Jair Bolsonaro para tratamento de hérnia inguinal

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (23) a internação do ex-presidente Jair Bolsonaro para a realização de uma cirurgia destinada ao tratamento de hérnia inguinal bilateral. De acordo com a decisão, Bolsonaro será internado na quarta-feira (24) para os procedimentos pré-operatórios, e a cirurgia está prevista para a quinta-feira (25).

Segundo informações da equipe médica da Polícia Federal, o procedimento é classificado como cirurgia eletiva, ou seja, não se trata de uma situação de urgência ou emergência. No entanto, os médicos ressaltam a necessidade da intervenção para evitar o agravamento do quadro clínico, que inclui crises recorrentes de soluço e tosse crônica.

A hérnia inguinal ocorre quando tecidos do interior do abdômen se projetam por um ponto enfraquecido da parede muscular, formando um abaulamento na região da virilha. Quando o problema se manifesta nos dois lados, recebe a denominação de hérnia inguinal bilateral.

Na decisão, o ministro autorizou apenas a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como acompanhante durante a internação e o procedimento cirúrgico. A defesa chegou a solicitar que os filhos Flávio e Carlos Bolsonaro também fossem autorizados a acompanhar o pai, mas o pedido foi negado.

Bolsonaro passou por uma perícia médica realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, que confirmou o diagnóstico de hérnia inguinal bilateral. O laudo aponta que houve uma piora progressiva do quadro, possivelmente provocada pelo aumento da pressão intra-abdominal decorrente das crises de soluço e da tosse persistente.

Embora classificada como eletiva, a cirurgia foi recomendada pelos peritos para ser realizada “o mais breve possível”, a fim de evitar complicações futuras.

A autorização para a realização do procedimento já havia sido concedida por Alexandre de Moraes na última quinta-feira (19), ocasião em que o ministro também negou o pedido de prisão domiciliar apresentado pela defesa do ex-presidente. A formalização da data da cirurgia, no entanto, só foi feita nesta terça-feira.

Jair Bolsonaro está detido na Superintendência da Polícia Federal desde 22 de novembro, após violar as condições do uso da tornozeleira eletrônica. O ex-presidente admitiu ter tentado danificar o equipamento utilizando um ferro de solda.

Três dias após o episódio, o ministro Alexandre de Moraes determinou o início do cumprimento da pena superior a 27 anos de reclusão, em regime fechado, no mesmo local.

Na decisão, Moraes afirmou que Bolsonaro não tem direito à prisão domiciliar por ter sido condenado por crimes considerados graves contra o Estado Democrático de Direito, praticados com violência e grave ameaça, além de liderar uma organização criminosa com atuação em altos escalões do poder público.

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