19 dezembro 2025

Opinião: Por que a decisão de Bruna Biancardi de dar novas chances a Neymar incomoda tanto?

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Bruna Biancardi voltou a falar sobre seu relacionamento com Neymar. E, mais uma vez, o que ela disse diz menos sobre o jogador e muito mais sobre a sociedade que insiste em julgá-la. Desta vez, a influenciadora falou em vídeo, em entrevista à “Marie Claire”, retomando um assunto que nunca deixou de persegui-la: a decisão de dar mais uma chance ao pai de seus filhos.

Bruna foi clara, firme e, sobretudo, honesta consigo mesma. Disse que aprendeu a ouvir o próprio coração, que entende que nenhum relacionamento é perfeito, que há erros, fases, momentos difíceis — e que, no caso dela, tudo é potencializado pela exposição. Disse também algo que incomodou muita gente: que, nas histórias que viveu, ela nunca foi a errada.

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Essa frase, talvez, seja o ponto que mais provoque reações. Porque há uma expectativa silenciosa — e cruel — de que mulheres traídas precisem carregar culpas que não são delas. Que precisem se punir publicamente para serem aceitas. Que precisem tomar decisões que satisfaçam a plateia, não o próprio coração.

Bruna não fez isso. Ela escolheu a família que construiu. Escolheu tentar mais uma vez. E fez questão de deixar claro: não por ingenuidade, não por submissão, não por pressão — mas por decisão própria.

O que chama atenção é a hipocrisia do tribunal virtual. Pessoas que dão segundas, terceiras, quartas chances para namorados anônimos, para casamentos problemáticos, para pais ausentes, para amigos tóxicos e até para chefes abusivos são as mesmas que apontam o dedo para Bruna. Como se o erro dela não fosse perdoar, mas fazer isso sob os holofotes.

A diferença, como ela mesma disse, é que a vida dela é exposta. E essa exposição transforma decisões íntimas em espetáculo, sentimentos em pauta pública, maternidade em alvo.

Bruna também falou sobre o hate seletivo que recebe. Sobre ser crucificada mesmo quando não foi quem errou. Sobre aprender, com o tempo, que não dá para agradar a todos. E essa talvez seja a parte mais madura de todo o discurso: entender que fazer o que se acredita certo quase sempre desagrada alguém — especialmente quando se é mulher, mãe e figura pública.

Ela não pediu aplausos. Não pediu absolvição. Não pediu compreensão unânime. Apenas exerceu algo básico: o direito de decidir sobre a própria vida.

Gostem ou não, Bruna Biancardi não deve explicações a ninguém além de si mesma e de seus filhos. E talvez o incômodo que ela cause diga mais sobre quem julga do que sobre quem escolhe amar, errar, tentar de novo — e seguir em frente.

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