21 dezembro 2025

Promessa da adolescência: mulher gera bebê para melhor amiga

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Georgia Barrington acaba de realizar um sonho que, durante anos, acreditou ser impossível: tornou-se mãe. Quem trouxe sua filha ao mundo, porém, não foi ela — mas sua melhor amiga, Daisy Hope, que aceitou engravidar em seu lugar.

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As duas cresceram lado a lado, unidas pela amizade de seus pais e por uma convivência que as fez se definir como “irmãs de alma”. O laço criado na infância acabou sustentando um gesto de enorme generosidade.

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Aos 15 anos, Georgia recebeu um diagnóstico que a devastou. Ela nasceu sem útero por causa da síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH), condição rara que afeta cerca de uma em cada 5 mil mulheres. A notícia fez com que ela acreditasse que a maternidade jamais faria parte de sua vida.

“Meu mundo desabou”, lembra. “Sempre me imaginei como mãe. De repente, tudo isso desapareceu.”

Naquele mesmo período, mesmo sem ter grande afinidade com crianças, Daisy ouviu a amiga e achou a situação profundamente injusta. Para tentar aliviar a dor de Georgia, disse algo que, na época, nem compreendia totalmente: prometeu que um dia carregaria um bebê para ela.

“Queria que ela tivesse alguma esperança”, contou Daisy ao podcast da BBC Ready to Talk with Emma Barnett. “Mesmo sendo só uma adolescente, eu sabia que cumpriria aquilo.”

foto colorida duas mulheres, melhores amigas, e um bebê Georgia Barrington se tornou mãe, mas não foi ela quem gerou sua filha. Este momento, na verdade, pertenceu à sua melhor amiga, Daisy Hope

Mais de dez anos se passaram até que a promessa saísse do plano emocional para o médico. Em 2023, as duas iniciaram o processo de fertilização in vitro.

Georgia, que escolheu ser parteira como profissão, mergulhou na área que temia nunca viver de forma pessoal. “Perguntaram se eu realmente deveria seguir esse caminho, mas aquilo me ajudou a me reconstruir. No fundo, eu acreditava que seria mãe de algum jeito.”

A experiência de Daisy com a própria maternidade também fortaleceu sua convicção. Após ter sua primeira filha — com Georgia como parteira — ela diz ter compreendido, de forma profunda, o desejo da amiga. “O amor que senti pela minha filha foi tão intenso que achei que todos deveriam ter essa chance.”

A primeira tentativa de gravidez pela FIV parecia promissora: Daisy engravidou de imediato. Mas, com sete semanas de gestação, um exame revelou um útero vazio. A frustração foi devastadora para ambas.

“Foi como se o chão abrisse”, recorda Georgia. Daisy, por sua vez, se culpou integralmente: “Me senti como se tivesse falhado com ela.”

Daisy carregou o bebê para ela na gravidez, após uma promessa feita quando elas eram adolescentes

Apesar do luto, decidiram tentar novamente. E, dessa vez, tudo começou de modo diferente. Ao confirmar a nova gravidez, Daisy só pensava que o destino não poderia ser cruel duas vezes.

Seis semanas mais tarde, ambas aguardavam com tensão o resultado de um ultrassom, até que um pequeno batimento cardíaco surgiu na tela. Mas o alívio durou pouco — naquele mesmo dia, Daisy teve um forte sangramento. Convencida de que tudo havia se repetido, passou horas acreditando ter perdido o bebê. Para surpresa da equipe médica e das amigas, o batimento permanecia firme, e a gestação seguiu adiante.

Meses depois, Daisy entrou em trabalho de parto antes do previsto e deu à luz uma menina saudável. Georgia, tomada pela emoção, nem se lembrou de verificar o sexo do bebê na hora. “Quando vi a cabeça dela, só consegui chorar.”

Close up dos pés de uma menina recém-nascida. MetrópolesQuando Georgia comenta sua “sorte e gratidão”, Daisy afirma que sempre soube que poderia ajudar sua melhor amiga da melhor forma possível

Hoje, Georgia ainda tenta assimilar que se tornou mãe — algo que gostaria de contar à adolescente de 15 anos que saiu em choque de um consultório médico. Daisy, por sua vez, sente que apenas cumpriu o que sempre soube que faria.

“Vivemos algo tão íntimo que criou uma ligação única”, diz ela. “É um tipo de amizade que poucas pessoas experimentarão.”

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