25 dezembro 2025

Quem é o vice que vai governar SP nos 17 dias de férias de Tarcísio

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

De férias nos Estados Unidos a partir de quinta-feira (26/12), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), será substituído no cargo pelo vice-governador Felício Ramuth (PSD) até o dia 11 de janeiro. Serão 17 dias sentado na cadeira de governador.

Hoje com 57 anos, Ramuth foi um quadro político do PSDB por 29 anos antes de migrar para o PSD.

Foi prefeito de São José dos Campos por dois mandatos, um deles incompleto (2017-2022). No segundo, passou a gestão municipal ao vice Anderson Farias (PSD) ao renunciar após um ano e quatro meses no cargo para concorrer ao governador estadual, posteriormente se retirando para ser candidato a vice de Tarcísio.

Leia também

A articulação para Ramuth disputar as eleições de 2022 partiu de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, que chegou a anunciar o então pré-candidato naquela disputa pelo PSD.

Um fator que contribuiu para sua desfiliação tucana foi o anúncio do então governador Rodrigo Garcia, na época filiado ao DEM, hoje União Brasil, como candidato à reeleição pelo PSDB, mesmo partido de Ramuth naquele 2022.

Kassab, assim, mexeu a peça do tabuleiro político, retirando Ramuth da disputa à chefia do Palácio dos Bandeirantes para colocá-lo como candidato a vice-governador na chapa de Tarcísio de Freitas.

Hoje, embora seja de perfil discreto, Ramuth tem forte atuação dentro do governo Tarcísio em áreas específicas. Ele gerenciou os movimentos para a retirada da concentração de usuários de crack dos arredores da Estação da Luz, na região central da capital paulista, que ficou conhecida como Cracolândia.

Outra bandeira do governo Tarcísio que conta com o trabalho do vice-governador é a concessão de empresas públicas. Ramuth é presidente do Conselho Estadual de Desestatização.

Pedras no caminho

O nome de Ramuth está entre os cotados para uma possível sucessão de Tarcísio, caso o governador dispute a Presidência da República.

Nesse cenário, o vice se tornaria governador a partir de abril, com a exigência legal por desincompatibilização de Tarcísio do cargo. Os meses anteriores à campanha na cadeira de governador são considerados um trunfo para uma possível sucessão.

Quem é o vice que vai governar SP nos 17 dias de férias de Tarcísio - destaque galeria4 imagensO vice-governador, Felicio RamuthO govenador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é escutado com sorrisos do vice Felício Ramuth (PSD) e do prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB)O vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, e o presidente do PSD, Gilberto KassabFechar modal.MetrópolesQuem é o vice que vai governar SP nos 17 dias de férias de Tarcísio - imagem 11 de 4

ReproduçãoO vice-governador, Felicio Ramuth2 de 4

O vice-governador, Felicio Ramuth

Karine Santos / Governo do Estado de SPO govenador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é escutado com sorrisos do vice Felício Ramuth (PSD) e do prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB)3 de 4

O govenador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é escutado com sorrisos do vice Felício Ramuth (PSD) e do prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB)

Reprodução/ YoutubeO vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, e o presidente do PSD, Gilberto Kassab4 de 4

O vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, e o presidente do PSD, Gilberto Kassab

Divulgação; Bruna Sampaio e Carol Jacob/Alesp

No entanto, o futuro é incerto, especialmente após o anúncio da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), aliado de Tarcísio, ao Palácio do Planalto.

E, mesmo que Tarcísio concorra à Presidência, Ramuth encontraria concorrência para a sucessão de outros partidos do centrão, como o MDB, do prefeito da capital Ricardo Nunes, e o PL, do presidente da Assembleia Legislativa paulista (Alesp), André do Prado.

Até no próprio partido há uma possibilidade de disputa interna com Kassab, também cotado para o lugar do governador se Tarcísio concorrer à eleição presidencial.

Tucano “alckmista”

A primeira experiência de Ramuth na vida pública foi em 2005 como presidente da Urbanizadora Municipal de São José dos Campos (Urbam).

A presidência da empresa municipal ocorreu no primeiro ano de mandato de Eduardo Cury (PSDB) na prefeitura da cidade do interior paulista. Depois, Ramuth foi secretário municipal de Transportes.

Com larga trajetória no PSDB, Ramuth era considerado um “tucano alckimista” por fazer parte do grupo político do atual vice-presidente da República Geraldo Alckmin (hoje no PSB).

A aliança de Alckmin com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), porém, esfriou o elo com Ramuth, crítico dos governos petistas. Ainda assim, a ida de Alckmin para a chapa com Lula foi o movimento político que tornou possível a articulação de Kassab para torná-lo vice de Tarcísio.

Ramuth diz a interlocutores que, no fim de 2021, Alckmin o procurou para dizer que iria concorrer novamente ao Palácio dos Bandeirantes. O então prefeito de São José dos Campos havia sinalizado apoio. Mas, no ano seguinte, Alckmin disse a ele, em uma padaria que frequenta no Morumbi, que iria ser vice de Lula e não contou mais com o apoio eleitoral de Ramuth.

Passado artístico

De família judia, ele chegou a estudar teatro com o ator global Caco Ciocler na Sociedade Hebraica, clube judeu de São Paulo. Eles, inclusive, contracenaram em uma peça teatral intitulada “O Gênio do Crime”.

Também na comunidade judaica, Ramuth praticou dança folclórica israelita. Além disso, o vice-governador diz conhecer as marcações de balé.

No entanto, ele seguiu com mais afinco as carreiras política e empresarial. Aos 17 anos, ele assumiu com o irmão uma loja de ferragens e madeira do pai, em São José dos Campos. Anos depois, formou-se em Administração de Empresas, com MBA em Gestão Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Uma de suas empresas no passado, porém, foi alvo de suspeitas. O Ministério Público de São Paulo (MPSP), em 2017, abriu investigação por suposta fraude em três processos de licitação em Praia Grande, no litoral de São Paulo.

A Direct, da qual Ramuth foi sócio, ganhou um dos contratos, enquanto a CSJ venceu outros dois processos licitatórios. O MPSP apontou à época que ele teria atuado como consultor da CSJ, que já teve sócios em comum com a Direct.

Ramuth, por meio de sua defesa, nega irregularidades e diz que era responsável apenas por uma das empresas contratadas, sem “qualquer participação na fase interna” da concorrência. Os advogados também alegam que outras empresas foram convidadas a concorrer, mas não tiveram interesse nos certames.

- Publicidade -

Veja Mais