22 dezembro 2025

Retrospectiva 2025: As grandes viradas que sacudiram a política e a sociedade mundial

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Em um mundo acostumado a crises longas e sem desfecho, 2025 foi marcado por episódios em que o “inevitável” mudou de rota, ainda que de forma frágil e temporária. Do Oriente Médio à Europa, e do tabuleiro diplomático às ruas, alguns acontecimentos se destacaram por interromper tendências, redesenhar estratégias e surpreender governos e sociedades.

O portal LeoDias separou alguns desses grandes acontecimentos e faz uma retrospectiva do ano de 2025. Confira!

Veja as fotosAbrir em tela cheia Primeiro-ministro Benjamin NetanyahuReprodução: GNN Cena de destruição em GazaReprodução: YouTube/QNews Dirigente Khalil al-Hayya, integrante da alta cúpula do HamasReprodução: Video Grab Bombardeios de Israel contra o HezbollahReprodução: Redes Sociais Donald TrumpReprodução: ABC

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A pausa na guerra em Gaza
Uma das viradas mais simbólicas do ano foi o anúncio de um acordo de cessar-fogo e troca de reféns e prisioneiros entre Israel e Hamas, após mais de um ano de combates intensos. O entendimento foi tratado como passo para uma trégua em fases, com mediação e expectativa de desdobramentos mais amplos.

Nos dias 8 e 9 de outubro de 2025, Israel e o Hamas concordaram com a primeira fase de um plano de paz mediado pelos Estados Unidos, que incluiu um acordo de cessar-fogo e a troca de reféns por prisioneiros, que entrou em vigor no dia 10 de outubro. Essa trégua foi amplamente divulgada pela imprensa internacional como um momento significativo de desaceleração do conflito que havia começado em outubro de 2023.

Atualmente, em dezembro, o conflito permanece em um estágio delicado e instável. As partes ainda se acusam de descumprir a trégua, com Israel realizando ataques que mataram comandantes e feriram civis, e o Hamas denunciando violações que ameaçam a continuidade do acordo. A transição para a segunda fase do plano de paz, que incluiria o desarmamento do Hamas, retirada de tropas israelenses e nova governança em Gaza, ainda não avançou.

Negociações por paz na Ucrânia
Outra reviravolta foi a mudança de tom em torno das negociações para a guerra na Ucrânia. Ao longo de 2025, cresceram iniciativas e debates para dar tração a conversas de paz, com participação mais explícita da Europa e menções a um “novo momento” diplomático em encontros políticos. A Alemanha, por exemplo, sediou agora em dezembro rodadas em Berlim com delegações dos EUA e da Ucrânia focadas em termos de cessar-fogo e desenho de garantias. O esforço faz parte de uma estratégia liderada pela Casa Branca para consolidar um plano.

Ao mesmo tempo, avançou na União Europeia uma discussão de enorme impacto: usar ativos russos congelados como garantia para financiar apoio a Kiev. Segundo analistas políticos, a medida, se concretizada, representa uma guinada financeira e jurídica na forma como a Europa sustenta a guerra e pressiona Moscou.

Porém, conforme o canal de notícias árabe Al Jazeera, apesar do clima de possibilidade de um acordo, os pontos mais difíceis seguem sem solução e a Rússia ainda resiste a termos que não atendam suas exigências máximas.

O plano de desarmamento do Líbano contra o Hezbollah
No Oriente Médio, outra mudança relevante ocorreu com o empurrão diplomático para um roteiro de desarmamento do Hezbollah, um movimento político xiita libanês fundado com apoio do Irã para lutar contra a ocupação israelense e considerado por muitos países uma organização terrorista. Esse plano foi discutido por autoridades da França, Arábia Saudita e Estados Unidos com o comando militar libanês.

Segundo a agência de notícias Reuters, a estratégia é parte de uma tentativa de estabilizar o frágil cessar-fogo negociado entre Israel e o Líbano em 2024, após mais de um ano de conflito que enfraqueceu significativamente o Hezbollah, mas que deixou tensões elevadas ao longo da fronteira. Israel continuou a justificar ataques à infraestrutura do grupo no sul do Líbano, enquanto diplomatas veem risco real de quebra da trégua se o processo de desarmamento não avançar.

Porém, o processo enfrenta obstáculos do Hezbollah, que tem resistido ao desarmamento integral. O grupo argumenta que a retirada de suas armas só faria sentido se Israel cessasse completamente ataques e retirasse suas forças de territórios contestados no sul do Líbano.

A política interna dos EUA
Em 2025, a política doméstica americana voltou a ser tratada, por analistas e organizações, como uma variável de impacto internacional. Relatórios e análises passaram a apontar a concentração de poder e a politização de instituições como tendência com efeito em alianças, regras do jogo democrático e padrões de influência global.

O Departamento de Justiça procura investigar grupos rotulados como “extremistas de esquerda”, com críticas de que isso pode sufocar a dissidência política e violar direitos constitucionais ligados à liberdade de expressão.

Outro aspecto que virou foco de choque nas redes sociais foi a explosão de discursos de ódio e confrontos culturais, especialmente em torno do uso de música de artistas em conteúdo oficial do governo. A administração Trump passou a usar regularmente canções populares para promover sua agenda de segurança interna e combate à imigração, o que provocou uma reação pública. Cantoras como Sabrina Carpenter criticaram duramente o uso não autorizado de canções em conteúdos ligados às operações da imigração, por exemplo.

Uso de redes sociais e o debate envolvendo adolescentes
No final do ano, a Austrália se tornou o primeiro país do mundo a banir o uso de redes sociais por pessoas com menos de 16 anos. Plataformas como TikTok, Instagram, Facebook, X e YouTube têm a obrigação de bloquear o acesso desses usuários ou enfrentar multas de até A$ 49,5 milhões, o que equivale a US$ 33 milhões. A nova legislação, que entrou em vigor em 10 de dezembro, foi justificada pelo governo como uma medida de proteção à saúde mental e segurança de crianças e adolescentes, diante de evidências de que o uso intensivo de redes contribui para ansiedade, depressão e outros riscos à juventude.

Enquanto isso, vários países e estados têm avançado em políticas semelhantes para controlar o impacto das telas na vida juvenil e educacional. No Brasil, a Lei nº 15.100/2025 proibiu o uso indiscriminado de celulares em escolas públicas e privadas durante aulas e intervalos, permitindo o uso apenas para fins pedagógicos ou em situações especiais. Nos Estados Unidos, estados como Virgínia aprovaram normas que limitam o tempo de uso de redes sociais por menores e exigem verificação de idade.

Os casos jogam luz ao intenso debate sobre culturas online como red pill e incel, que ganhou ainda mais destaque após a repercussão da série “Adolescência”, da Netflix. O assunto traz à tona como plataformas digitais podem normalizar ódio contra mulheres e capturar adolescentes vulneráveis com narrativas de vítima e ressentimento contra o feminismo.

O fio comum das grandes reviravoltas de 2025 é que quase nenhuma veio como solução limpa. Negociações avançaram com entraves e a arena social segue em debate; ainda assim, o ano redesenhou prioridades.

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