A cada semana, uma nova dieta ganha força nas redes sociais prometendo emagrecimento rápido, desintoxicação instantânea e corpos “prontos para o verão” em tempo recorde. Embora algumas práticas tenham componentes saudáveis, boa parte desses métodos não tem respaldo científico e pode colocar a saúde em risco, especialmente quando adotados sem acompanhamento profissional.
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Mas, o que é seguro? E o que é exagero?
Water fasting: a tendência mais radical do momento
O water fasting, que consiste em passar dias consumindo apenas água, é um dos modismos mais perigosos. A prática pode causar quedas bruscas de pressão, tontura, arritmias, perda de massa muscular e alterações metabólicas importantes.
Embora o jejum intermitente tradicional tenha estudos mostrando benefícios em algumas situações, a versão extrema difundida nas redes não tem comprovação de segurança e representa um risco real de desidratação e desmaios.

Conclusão: não é recomendado sob nenhuma circunstância sem supervisão especializada.
Detox extremo: quando “limpar o corpo” vira armadilha
Vídeos que prometem “reset metabólico” em três dias com sucos, chás e restrição severa têm milhões de visualizações. A lógica, porém, não se sustenta: o corpo já tem sistemas naturais de detox, como fígado, rins e intestino.
Dietas líquidas prolongadas podem gerar falta de nutrientes, flutuações de humor, compulsão alimentar e efeito rebote. Em alguns casos, o consumo excessivo de chás estimulantes aumenta o risco de arritmia e ansiedade.
Conclusão: até incluir mais frutas e vegetais é positivo, mas detox radical não funciona.
Jejum acelerado: o que é diferente do jejum convencional
O jejum acelerado promete resultados mais rápidos ao estender o período sem comer para 24, 36 ou até 72 horas, repetido várias vezes na semana. Diferente do jejum intermitente clássico, que alterna períodos de 12 a 16 horas e tem boa base científica, o jejum acelerado aumenta o risco de hipoglicemia, compulsão, perda de massa magra e queda da imunidade.



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O corpo interpreta jejuns extremos como ameaça, reduzindo o metabolismo e dificultando o emagrecimento a médio prazo.
Conclusão: a versão extrema não tem evidência de benefício e pode sabotar o processo.
“Projeto 21 dias”: funciona mesmo?
A ideia de que 21 dias são suficientes para “mudar hábitos para sempre”, popularizada no TikTok, não condiz com as pesquisas atuais sobre comportamento. Estudos mostram que a formação de um hábito pode levar de 21 a 90 dias — e, em muitos casos, mais que isso.
O problema desse tipo de desafio é que ele costuma combinar:
• Restrição exagerada;
• Metas irreais;
• Regras rígidas;
• Ausência de personalização.
Como resultado, muitas pessoas começam motivadas e terminam frustradas, acreditando que “fracassaram”, quando na verdade o protocolo é que é inviável.
Conclusão: funciona como ponto de partida, mas não como estratégia completa.
O que as pessoas esquecem (e que faz toda diferença na dieta)
Mesmo com a avalanche de modismos, a ciência segue firme em alguns pontos:
• Emagrecimento rápido não precisa ser extremo;
• Restrição exagerada gera compulsão;
• Constância vale mais que intensidade;
• Saúde intestinal e sono de qualidade têm impacto direto no peso;
•O metabolismo não responde bem a radicalismos.
As redes sociais podem até inspirar, mas não substituem orientação confiável. Segurança, ciência e equilíbrio ainda são os caminhos mais eficazes para emagrecer de verdade.
(*) Juliana Andrade é nutricionista formada pela UnB e pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional. Escreve sobre alimentação, saúde e estilo de vida










