A artista norte-americana Emily O’Leary dividiu opiniões ao criar uma série de tapetes hiper-realistas que imitam cães deitados no chão. O que era para ser um trabalho agradável se tornou alvo de críticas, com sugestões de que as peças parecem animais mortos. As criações simulam o tamanho real de cachorros e busca criticar a tradição do uso de pele animal na moda.
Vem saber mais!
Criação polêmica da designer
Tapetes hiper-realistas
Os polêmicos tapetes são confeccionados à mão por Emily O’Leary, a partir de uma base têxtil de linho e fios de lã. O processo é lento e minucioso e pode levar meses até a finalização de cada peça.
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O que mais chama a atenção é o realismo, especialmente pelos detalhes da pelagem, que contam com variação de cores. Além disso, a forma achatada dos corpos e os olhos sempre fechados levam internautas a terem uma primeira impressão negativa. Na internet, muitos comentários afirmam que o trabalho é “de mau gosto”, sugerindo que os tapetes representam cães mortos. Veja mais exemplos:
4 imagens

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Tapetes na rua causam impressão “mórbida”
@emilyaoleary/Instagram/Reprodução
Detalhes do trabalho minucioso
@emilyaoleary/Instagram/Reprodução
Tapete exposto
@emilyaoleary/Instagram/Reprodução
Trabalho foi alvo de críticas
@emilyaoleary/Instagram/Reprodução
A crítica por trás
Apesar da polêmica, O’Leary defende que o projeto parte de uma abordagem afetiva e crítica. Para as produções, a artista de inspira nos antigos troféus de caça feitos com pele de animais, muito presentes também na moda.
Com essa abordagem, é proposta uma inversão, substituindo a dominação humana pelo espírito de “gentileza e compaixão” pelos cães. Como resultado, os tapetes podem ter um lado afetuoso e reflexivo, mas ainda é motivo de estranheza para grande parte do público.
Artista buscou demonstrar compaixão
Hiper-realismo, desconforto e crítica à moda
O impacto visual das obras de Emily O’Leary está diretamente ligado à escolha pelo hiper-realismo como linguagem. Ao reproduzir cães em escala real, com pelagem detalhada e corpos propositalmente achatados, a artista provoca um desconforto imediato que não é acidental, mas parte central da proposta. A referência aos antigos troféus de caça e ao uso histórico de peles animais na moda transforma os tapetes em um comentário crítico sobre consumo, dominação e naturalização da violência contra animais.
Outro caso que ligou o realismo na moda ao desconforto foi o desfile de inverno 2023 da Schiaparelli, que apresentou vestidos e casacos com cabeças de animais hiper-realistas — como leão, lobo e leopardo — moldadas em resina e fixadas às peças. Apesar de não utilizar peles verdadeiras, o efeito visual remetia diretamente a troféus de caça, causando choque e grande repercussão nas redes. Confira as imagens:
Look com leão realista virou assunto na moda
Naomi Campbell
Desfile de 2023 da Schiaparelli






