Após anunciar o fim da Cracolândia em São Paulo no início de novembro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quinta-feira (18/12) que as facções criminosas não controlam mais os presídios no estado.
A declaração foi dada durante um evento de balanço das ações do governo paulista em 2025, realizado no Palácio dos Bandeirantes, na zona sul da capital.
“Manter o sistema prisional em ordem. Quem fala que há um controle das facções nos presídios. Não há. Não há mais. Esse tempo passou. Hoje há um controle do Estado. O Estado comanda os presídios”, afirmou Tarcísio.
Embora não tenha citado nominalmente o Primeiro Comando da Capital (PCC), a facção é o principal grupo criminoso do Estado e do país, e é conhecida por sua atuação dentro e fora dos presídios.
Durante sua fala, Tarcísio enfatizou operações policiais realizadas em sua gestão em parceria com Ministério Público de São Paulo.
Ele ainda afirmou que investiu R$ 1,5 milhão no combate ao crime organizado. E ressaltou o programa RecuperaSP, que permite que a gestão estadual utilize recursos apreendidos de grupos criminosos em investimentos na área de segurança.
De acordo com o governo, até o momento foram R$ 90 milhões captados por meio do programa.
Cracolândia
Em 13 de novembro, o governador de São Paulo publicou um vídeo nas redes sociais celebrando os seis meses da desmobilização das cenas abertas de uso de drogas na região.
Segundo ele, “o que está acontecendo no centro de São Paulo é resultado de políticas públicas integradas, colocadas como prioridade real, não como discurso. Segurança, saúde e acolhimento trabalhando juntos, com coragem e propósito, estão devolvendo o coração da cidade às pessoas”, escreveu o governador.
Apesar do anúncio controverso, a capital paulista ainda concentra ao menos dois grandes fluxos de uso de crack naquelas imediações e registra a circulação de centenas de usuários que vão da periferia aos bairros mais nobres da cidade, conforme mostrou o Metrópoles.
O discurso do fim da Cracolândia é um dos maiores ativos eleitorais de Tarcísio, que se projeta como um dos presidenciáveis no próximo ano, apesar de o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) ter se colocado na disputa como o escolhido do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, para enfrentar o candidato do PT na eleição de 2026.
Nas últimas décadas, vários governadores prometeram acabar com a maior cena aberta de uso de crack da cidade, mas não conseguiram.






