Os três deputados do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) envolvidos na confusão que tomou conta do plenário da Câmara nesta terça-feira (9/12) receberam atestados médicos e foram orientados a se afastar das atividades por dois dias. Exames realizados pelo Departamento de Atenção à Saúde da Casa identificaram traumatismos superficiais em Glauber Braga (RJ) e Sâmia Bomfim (SP), além de entorse e distensão no tornozelo de Célia Xakriabá (MG), que precisou passar por tomografia. As lesões ocorreram durante a ação dos policiais legislativos que retiraram Glauber à força da cadeira da Presidência, ocupada em protesto contra o andamento de seu processo de cassação.
Segundo os laudos, Glauber sofreu impactos no ombro e no braço, enquanto Sâmia apresentou machucados na mão e no punho. Já Célia teve torção no tornozelo após tentar intervir na retirada do colega. Os três parlamentares foram empurrados durante o tumulto que se formou quando agentes do Depol avançaram para desocupar a Mesa Diretora. A ocupação de Glauber durou pouco mais de duas horas e ocorreu em reação à decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos/PB), de incluir na pauta o parecer que recomenda a cassação do deputado.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Polícia Legislativa retirando o deputado federal Glauber Braga (PSOL/RJ)Reprodução: Instagram/@_mariadorosario Laudo médico de Sâmia Bomfim Sâmia Bomfim registrou marcas das agressões após a Polícia Legislativa tirar a força o esposo, o deputado Glauber Braga (PSOL/RJ) Polícia Legislativa retirando o deputado federal Glauber Braga (PSOL/RJ)Reprodução: X/@pastorhenriquev Polícia Legislativa retirando o deputado federal Glauber Braga (PSOL/RJ)Reprodução: X/@pastorhenriquev
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A operação de retirada provocou um cenário de confronto generalizado no plenário. Jornalistas que acompanhavam a sessão foram mandados para fora e relataram agressões por parte dos policiais legislativos. A repórter Soane Guerreiro, do SBT, contou ter levado uma cotovelada nas costelas. Ana Flor, da Globo, afirmou ter sido empurrada repetidas vezes ao tentar se aproximar da movimentação. Já a produtora Débora Cardoso, da Record, disse ter levado uma cotovelada no diafragma. A TV Câmara interrompeu a transmissão pouco antes da ação dos agentes, o que gerou críticas de entidades de imprensa.
Organizações como a Fenaj e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal divulgaram notas de repúdio ao episódio, classificando a conduta dos policiais legislativos como truculenta e denunciando a retirada dos profissionais de comunicação do plenário.
A confusão se intensificou em meio à disputa política em torno do mandato de Glauber Braga, que responde a processo por quebra de decoro após empurrar um militante no ano anterior. O episódio também ocorre no contexto da discussão do PL da Dosimetria, que poderia impactar a pena de Jair Bolsonaro.






