A nutricionista e especialista em esportes Itziar González de Arriba afirmou ter enfrentado um ambiente de hostilidade, perseguição interna e desgaste emocional durante sua passagem pelo Real Madrid. Em entrevista ao jornal Marca, ela relatou que a experiência terminou com afastamento forçado das atividades, rescisão contratual e uma queixa judicial em andamento.
Contratada para auxiliar na prevenção de lesões musculares no elenco, Itziar possui formação em fisioterapia, osteopatia, nutrição, nutrigenômica e química. Antes de chegar ao clube espanhol, ela havia trabalhado com Dani Carvajal e Rodrygo, atletas que enfrentavam recorrentes problemas físicos.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Rodrygo e Itziar GonzálezReprodução/X Carvajal e Itziar GonzálezReprodução/X Time do Real Madrid antes da partida contra a Juventus pelas oitavas de final do Mundial de ClubesReprodução/X: @realmadrid
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Convite direto do presidente
Segundo Itziar, o convite para atuar no Real Madrid partiu diretamente do presidente Florentino Pérez, ainda na temporada 2021-22, por meio do Serviço Médico do clube. Ela afirmou que, inicialmente, recusou a proposta devido a experiências anteriores negativas em outros clubes.
“Pelo que sei, foi o presidente quem pediu ao Serviço Médico para me enviar para lá na temporada 2021-22. Depois de experiências ruins com serviços médicos de outros clubes, eu disse não, mas insistiram dizendo que era um pedido do presidente”, afirmou.
Nesse primeiro período, de acordo com a nutricionista, apenas Carvajal e Rodrygo aceitaram iniciar o acompanhamento nutricional. Outros jogadores teriam sido desencorajados pelos médicos do clube.
“Alguns jogadores me disseram que gostariam de começar comigo, mas os médicos disseram para eles nem pensarem nisso”, disse.
Retorno ao clube e garantias institucionais
O vínculo profissional foi retomado em 2023 e, novamente, em outubro de 2024, após uma nova lesão de Carvajal. Itziar aceitou retornar em um modelo híbrido, com parte do trabalho realizada presencialmente em Valdebebas e outra de forma remota, após receber garantias de respaldo institucional.
“Disseram-me que era um pedido pessoal do presidente e que ele garantiria que os médicos me deixassem trabalhar e me respeitassem. Vim com o único propósito de fazer meu trabalho bem feito, para que Florentino pudesse se orgulhar de mim”, pontuou.
Segundo ela, a recepção foi diferente do prometido, com resistência imediata dos Serviços Médicos: “Criaram um ambiente hostil desde o primeiro minuto. Disseram que eu estava ali por capricho do presidente, mas que sabiam como manipulá-lo e que iriam convencê-lo de que eu era louca para me demitir.”
Isolamento e ordens contraditórias
Itziar afirmou que não foi apresentada formalmente à equipe, teve pedidos de reunião ignorados e passou a receber orientações conflitantes, sempre atribuídas ao presidente do clube.
“Diziam para eu me esconder e não fazer nada. Depois, o próprio presidente vinha e me dizia exatamente o contrário: que eu implementasse meu método, cuidasse do buffet, das viagens, dos suplementos e criasse dietas personalizadas”, contou.
Ela relatou ainda dificuldades para aplicar suas recomendações no dia a dia do clube: “Serviam no buffet alimentos que eu desaconselhava, o cozinheiro fazia o que queria, os suplementos não eram os que eu especificava e os médicos diziam aos jogadores para não seguirem minhas orientações. Riam de mim, zombavam em grupos de WhatsApp e diziam aos atletas para fazerem o oposto do que eu recomendava.”
Relatos de melhora física e reação interna
Apesar dos obstáculos, a nutricionista afirmou que alguns atletas relataram melhorias físicas perceptíveis durante o período de trabalho: “Um deixou de sentir dores crônicas, outro não tinha mais cãibras, alguns diziam que não se cansavam e que poderiam jogar mais de 90 minutos. Dois falaram diretamente com o presidente sobre isso.”
Segundo Itziar, a associação dessas melhorias ao trabalho nutricional teria provocado uma reação negativa interna: “O fato de os jogadores associarem essas melhorias à nutrição gerou uma animosidade insuportável. Treze dias após assinar o contrato, pedi para rescindi-lo.”
Afastamento, impacto emocional e demissão
Mesmo após o pedido de rescisão, a direção solicitou que ela permanecesse. O clima, no entanto, teria se agravado, com acusações falsas, isolamento progressivo e impacto direto em sua saúde emocional: “Eu tinha medo, ansiedade, não dormia, chorava o tempo todo. Pedi ajuda à diretoria e me diziam para aguentar firme.”
Posteriormente, segundo a nutricionista, ela foi impedida de frequentar o centro de treinamentos e de viajar com a equipe: “Disseram que era para minha segurança física. Falaram em investigação interna e que eu não deveria me preocupar.”
O desligamento ocorreu por telefone, de acordo com Itziar, com elogios formais, mas sem retratação pública: “Disseram que fiz um trabalho excepcional, mas que o Serviço de Nutrição seria cancelado. Só pedi que o presidente e os jogadores soubessem a verdade. Disseram, muito educadamente, que isso não seria possível.”
Ação judicial e decisão de tornar o caso público
Itziar afirmou que decidiu tornar o caso público apesar de advertências sobre possíveis consequências: “Todos me diziam que o Real Madrid tem muito poder e que iriam distorcer tudo contra mim. Mas ainda tenho pesadelos. Quero encerrar esse capítulo e só vou conseguir quando contar minha história.”
Ela informou que entrou com uma queixa judicial relacionada ao episódio: “Não se trata de ganhar ou perder. Quero apenas que a verdade seja conhecida.”
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