A Polícia Civil teve 4.318 registros de motos roubadas na cidade de São Paulo entre janeiro e outubro deste ano. Segundo os registros oficiais, foram mais de 14 casos por dia, em média, nos dez primeiros meses do ano e grandes vias da zona sul da capital paulista se destacam nos números.
O levantamento do Metrópoles teve como base os dados de transparência da própria Secretaria da Segurança Pública (SSP), usando os critérios estabelecidos pela entidade (removendo as ocorrências duplicadas por nome de delegacia, ano e número de BO). A reportagem considerou apenas os roubos, quando há emprego de violência, não os furtos.
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Motos na Marginal Pinheiros, em São Paulo
William Cardoso/Metrópoles
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Zona sul
A zona sul paulistana é repleta de grandes avenidas com grande circulação de motocicletas. Em relação aos acidentes de trânsito, são vias que sempre aparecem no topo do ranking com mais sinistros.
Chama a atenção o fato de a Estrada do Alvarenga, que liga a capital a Diadema, no ABC, ter chegado ao topo do número de ocorrências, com 40 roubos. Entre os cinco locais com mais assaltos a motocicletas, somente a Rodovia Anhanguera fica fora da zona sul de São Paulo.
Veja as vias com mais roubos de motos em 2025
- Estrada do Alvarenga – 40
- Estrada do M’Boi Mirim – 35
- Rodovia Anhanguera – 34
- Estrada de Itapecerica – 27
- Avenida Dona Belmira Marin – 26
- Avenida Raimundo Pereira de Magalhães – 25
- Estrada do Campo Limpo – 23
- Avenida Aricanduva – 23
- Avenida Ragueb Chohfi – 21
- Avenida das Nações Unidas – 21
As motos populares, bastante presentes entre a frota em geral, também são as mais visadas pelos ladrões. Modelos entre 160 e 250 cilindradas estão no topo do ranking das mais roubadas por criminosos na capital paulista.
Veja os modelos de motos mais roubadas em 2025
- Honda CG 160 FAN – 509
- Honda CG 160 Titan – 246
- Yamaha FZ25 FAZER- 188
- Honda/CG 160 Start – 170
- Yamaha/XTZ250 Lander – 150
- Honda/ADV 150 – 108
- Honda/CB300F Twister ABS – 89
- Yamaha/MT03 ABS – 85
- Yamaha/NMAX 160 – 70
- Honda/PCX 150 – 59
Aos domingos
O principal dia de folga dos trabalhadores é também o momento em que os ladrões de moto ficam mais “no veneno”. O domingo lidera em número de ocorrências, com 726 casos (17%), seguido do sábado, com 687 (16%).
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Quando a noite chega
A noite costuma ser o período do dia com maior incidência criminal em praticamente todas as modalidades. No roubo de motos, porém, essa tendência é ainda mais acentuada. Em 2025, 57% dos assaltos que tiveram motocicletas como alvo ocorreram das 18h às 23h59.
Estratégia com mototáxi
Uber e 99 afirmaram no fim de novembro que pretendem operar o serviço de motoapp (mototáxi) na capital paulista a partir da próxima quinta-feira (11/12).
O Metrópoles questionou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) se haverá alguma mudança na forma de coibir os roubos, caso o mototáxi seja de fato implementado. A pasta disse que acompanha o tema e mantém planejamento para adequar o policiamento a novos cenários de mobilidade.
“Caso haja regulamentação municipal e ampliação desse tipo de serviço, as polícias dispõem de capacidade operacional para absorver o aumento da circulação de motocicletas, com reforço de fiscalização e análise de eventuais impactos nos indicadores criminais”, disse, em nota.
Segundo a SSP, ajustes no patrulhamento serão definidos conforme as normas estabelecidas, o volume de circulação e as áreas mais afetadas.
O que diz a SSP
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse, em nota, que o combate aos roubos e furtos de motocicletas na capital é realizado de maneira contínua e integrada pelas polícias Civil e Militar, com foco em inteligência, ações preventivas e resposta rápida às ocorrências.
“A Polícia Militar intensifica o patrulhamento nas áreas com maior incidência criminal, incluindo os principais corredores da zona sul, utilizando análise de dados, mapas de calor e estratégias específicas. As ações contam com policiamento ostensivo, operações direcionadas a motocicletas, bloqueios, abordagens e patrulhamento com equipes de radiopatrulha e Força Tática, por exemplo” afirmou.
Segundo a SSP, a Polícia Civil desenvolve operações para identificar autores, desarticular quadrilhas e recuperar veículos subtraídos. As informações coletadas orientam tanto as investigações quanto o trabalho preventivo em conjunto com a PM. “Como resultado dos esforços já empreendidos, entre janeiro e outubro deste ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior, os registros de roubos e furtos de motocicletas apresentaram queda de 10% na capital, com 1.498 ocorrências a menos”, afirmou.
A pasta destacou a “Operação Centauro”, realizada pela 3ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) em conjunto com Distritos Policiais, com foco em coibir crimes envolvendo motocicletas.
Também disse que o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) contabilizou 523 presos, 463 veículos recuperados e mais de 254 mil peças apreendidas entre janeiro e novembro.
