Um vídeo que circula amplamente nas redes sociais tem causado preocupação entre moradores de Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus, no interior do Acre. As imagens mostram uma aeronave de pequeno porte, que opera regularmente na linha entre os dois municípios, sendo ligada de forma improvisada, com o auxílio de uma corda — método popularmente conhecido como “no tranco”.
A cena, que para alguns pode parecer inusitada, expõe a precariedade das condições de operação do transporte aéreo em regiões isoladas da Amazônia, onde o avião é, muitas vezes, o único meio de deslocamento rápido para atendimentos de saúde, emergências e abastecimento. Entre os moradores, o sentimento predominante é de medo e insegurança.
A apreensão é reforçada pelo histórico de acidentes na rota entre Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus, ligação fundamental para comunidades que enfrentam acesso terrestre limitado ou inexistente. Em março de 2024, a queda de uma aeronave que fazia o trajeto resultou em uma vítima fatal e deixou vários feridos.
À época, deputados estaduais cobraram providências da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), incluindo maior rigor na fiscalização e estudos para a construção de uma estrada que reduzisse a dependência exclusiva do transporte aéreo. Também foram levantadas denúncias de irregularidades, como excesso de passageiros e problemas na documentação da aeronave envolvida no acidente.
O novo episódio reacende questionamentos sobre a segurança dos voos na região e levanta alertas importantes, entre eles:
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As condições de manutenção e aeronavegabilidade das aeronaves que operam no interior do estado;
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A efetividade da fiscalização dos órgãos competentes, especialmente da ANAC, nas pistas do interior;
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O risco constante a que passageiros e tripulantes estariam expostos.
“É a única forma que a gente tem de ir ou vir, seja para tratamento de saúde ou qualquer emergência. Ver um avião sendo ligado desse jeito dá um medo terrível. A gente sabe que a qualquer hora pode acontecer o pior”, relatou um morador da região, que preferiu não se identificar.
Até o momento, não houve manifestação oficial da empresa responsável pela aeronave nem dos órgãos de fiscalização sobre o caso. Enquanto isso, moradores seguem clamando por mais segurança, transparência e ações concretas que garantam a vida de quem depende diariamente do transporte aéreo para sobreviver no interior do Acre.
Com informaçõs Marcos Brandão







