A morte do lateral Mario Pineida, assassinado a tiros nesta quarta-feira (17/12), em Guayaquil, no Equador, reacendeu a preocupação com a violência no país. Os vizinhos do Brasil registram 44,5 homicídios para cada 100 mil habitantes em 2025. Há dois anos, o país ficou no topo do ranking de homicídios da América Latina, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês).
No 1º semestre de 2025, Observatório Equatoriano do Crime Organizado registrou mais de 4.600 homicídios, um aumento de 47% em relação ao mesmo período do ano passado. E as estatísticas são incrementadas com a presença de outros jogadores além do ex-defensor do Fluminense. Nos últimos meses, ataques contra atletas e outros profissionais envolvidos no esporte passaram a fazer parte da rotina equatoriana. A máfia das apostas e o tráfico de drogas são as principais motivações.
Os ataques contra jogadores no Equador
Em outubro, seis pessoas foram mortas e 17 ficaram feridas em um ataque armado durante uma partida de futebol de bairro em Guayaquil. De acordo com a polícia local, o crime foi motivado por uma disputa territorial para o tráfico de drogas. O coronel Carlos Fuentes disse à imprensa local que seis ou sete criminosos desceram de veículos e realizaram os disparos.
Veja as fotosAbrir em tela cheia O equatoriano foi campeão carioca com a camisa do Tricolor.Mailson Santana/Fluminense Seleção ficou no empate com o Equador pelas Eliminatórias / Foto: Rafael Ribeiro (CBF) Mario Pineida na apresentação no Fluminense, em dezembro de 2021, para a temporada seguinte.Mailson Santana/Fluminense TC Television TC Television
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No mesmo mês, o atacante Bryan Angulo, de 30 anos, foi baleado na perna quando estava a caminho para o treino no LDU Portoviejo, também em Guayaquil. O jogador que defendeu o Santos em 2022 foi atendido e se recuperou. Em nota, o clube informou que outros jogadores receberam ameaças relacionadas à partida seguinte.
Jonathan González, ex-Independiente del Valle e LDU e que atuava pelo 22 de Julio, da 2º divisão local, foi morto em setembro. O jogador de 31 anos foi assassinado a tiros dentro de sua casa, na região de Esmeraldas. “Era um garoto saudável e morreu devido às apostas”, disse um funcionário do clube à AFP.
De acordo com pessoas próximas a Speedy, como ele era conhecido, máfias vinculadas às apostas online pediram que o jogador perdesse uma partida. O jogo terminou empatado. Duas semanas antes do crime, ele foi alvo de um ataque a tiros dentro do veículo, e a mãe dele recebeu ameaças pelo telefone.
Temendo novos ataques, o presidente do clube deixou a cidade e passou a exercer seu cargo virtualmente. Um dirigente do Chacarita também já falou publicamente sobre o problema. Em 2019, o representante do clube afirmou que recebeu uma proposta de 20 mil dólares (cerca de R$ 110 mil) para perder uma partida. Em 2024, jogadores do clube foram ameaçados para perderem partidas. Um vídeo mostra parte do elenco deitado no chão sob mira de pistolas.
De volta à setembro de 2025, o jogador Maicol Valencia e Leandro Yépez, ambos do Exapromo Costa, da 2º divisão local, foram assassinados a tiros durante um ataque realizado em um hotel. O primeiro deles havia sido apresentado ao time no mesmo dia do massacre. De acordo com o clube, o crime foi cometido em circunstâncias alheias ao futebol.
Além dos ataques a tiros, membros ligados ao futebol do Equador também são alvos de outros crimes, como sequestro. É o caso do zagueiro Pedro Pablo Perlaza, levado por criminosos em Esmeraldas e libertado dias depois, em novembro de 2024. Em abril, a esposa e o filho de 5 anos de Jackson Rodríguez, lateral do Emelec, foram sequestrados em Guayaquil. Eles foram resgatados após cerca de 24h no cativeiro.
Em 2023, o atacante Enner Valencia, maior artilheiro da seleção equatoriana, falou publicamente sobre o receio de retornar ao país: “Eu adoraria ir para o Emelec (…) mas não levaria minha família para o Equador e não iria para o Equador agora”. Um ano antes, a irmã do jogador, Elsy Valencia, passou uma semana sequestrada.
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