Especialistas em riscos apontam que condições climáticas extremas e a disseminação de desinformação têm a maior probabilidade de desencadear uma crise global nos próximos dois anos, conforme revela pesquisa divulgada pelo Fórum Econômico Mundial nesta quarta-feira (10).
O estudo identificou o clima extremo como o maior risco em 2024, enquanto a desinformação ficou em segundo lugar, sendo considerada o risco global mais grave nos próximos dois anos. Este cenário representa uma ameaça significativa, especialmente durante eleições em diversas das principais economias mundiais, como Estados Unidos, Índia e México, este ano.
Com bilhões de pessoas indo às urnas, a disseminação de informações imprecisas e desinformação pode minar a legitimidade de governos recém-eleitos, alertou o relatório. As consequências podem variar desde protestos violentos e crimes de ódio até confrontos civis e terrorismo.
Em um horizonte de dez anos, os riscos ambientais, incluindo perda de biodiversidade e mudanças críticas nos sistemas da Terra, lideram a classificação, com desinformação e resultados adversos da inteligência artificial (IA) logo atrás.
Dois terços dos especialistas em risco preveem o surgimento de uma ordem mundial multipolar ou fragmentada na próxima década, com potências médias e grandes disputando, estabelecendo e aplicando regras e normas regionais.
Borge Brende, presidente do Fórum Econômico Mundial, destacou que o encontro anual do fórum, em Davos, ocorrerá em um cenário geopolítico desafiador, envolvendo conflitos como as guerras em Gaza e na Ucrânia, aumento da dívida e custo de vida.
A pesquisa reflete uma perspectiva pessimista, influenciada pelos eventos dos últimos quatro anos, incluindo a pandemia de covid-19 e os desdobramentos decorrentes da invasão russa à Ucrânia, que impactaram as cadeias de suprimentos globais, destacaram especialistas do Zurich Insurance Group e da Marsh McLennan.