O ex-prefeito de Marechal Thaumaturgo, Isaac Piyãko, teve suas contas referentes ao ano de 2020 reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), devido à falta de comprovação de procedimentos licitatórios para despesas com pessoas físicas e jurídicas, assim como para a aquisição de material de consumo. A decisão, publicada no Diário Eletrônico de Contas desta terça-feira (9), também apontou irregularidades na transferência de saldo para o exercício seguinte sem devida comprovação, resultando na rejeição das contas e na aplicação de uma multa de R$ 24.840.
O conselheiro Ronald Polanco Ribeiro, em seu voto, destacou que uma nova investigação deve ser instaurada para verificar se o município cumpriu suas obrigações patrimoniais relacionadas à Previdência Social no ano de 2017, durante o primeiro mandato de Piyãko. A apuração visa esclarecer o recolhimento de obrigações patrimoniais, indicando um montante total de R$ 1.265.973,57, compreendendo principal, juros e multas, se aplicáveis.
Piyãko, o primeiro indígena a ser prefeito em um município acreano, foi eleito em 2016 e reeleito em 2020. Entretanto, renunciou ao cargo em 2022 para concorrer, sem sucesso, ao cargo de deputado estadual. Em 2018, durante seu mandato como prefeito, Piyãko foi alvo de investigações do Ministério Público do Acre, em resposta a denúncias de atos de improbidade. O presidente da Câmara de Vereadores de Marechal Thaumaturgo foi o autor das denúncias, alegando a prática de diversos atos irregulares na gestão do prefeito.
O Ministério Público solicitou documentos, incluindo uma planilha com informações sobre todos os servidores públicos e seus salários, cópias de contracheques de janeiro a março de 2018, dados sobre atrasos nos pagamentos, contratos administrativos de 2017, detalhes sobre financiamentos na área da saúde no mesmo ano, e uma lista de diárias recebidas por cada servidor, acompanhada de relatórios de viagem.