Um agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Cristiano Ribeiro, foi demitido do serviço secreto pelo governo federal após vazar informações sigilosas relacionadas ao caso Flávio Bolsonaro. A apuração interna identificou que Ribeiro teria fotografado a tela de seu computador na Abin e compartilhado esses dados com pessoas externas à agência. Essas informações foram posteriormente utilizadas em uma reportagem do site “Intercept Brasil” que investigava um servidor do órgão suspeito de agir para proteger Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas.
O vazamento incluía o organograma do Centro de Inteligência Nacional da Abin, detalhando os servidores titulares de cada coordenação e seus respectivos substitutos. A investigação interna da Abin concluiu que esse material foi crucial para embasar a reportagem do “Intercept Brasil”.
Cristiano Ribeiro foi alvo de uma operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal, que resultou na apreensão de seus aparelhos eletrônicos. Após a conclusão do processo administrativo disciplinar, o governo federal oficializou sua demissão por infringir o Regime Jurídico dos Servidores Públicos, cometendo “revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo” e “improbidade administrativa”.
Esse episódio também tem conexão com a investigação em curso sobre a suposta existência de uma “Abin paralela” durante o governo Bolsonaro. O ex-chefe da agência, Alexandre Ramagem, que atualmente é deputado federal, está sob investigação da Polícia Federal nesse contexto.
Agentes de inteligência da Abin atuam na coleta de dados estratégicos para a Presidência, muitas vezes infiltrando-se em organizações criminosas. Porém, seus nomes são mantidos em sigilo pelo governo, o que torna ainda mais grave o vazamento realizado por Cristiano Ribeiro.
Fonte: Metrópoles.