Em um movimento significativo, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou hoje que está trabalhando em uma parceria com o fundo árabe Mubadala Investment Company para reassumir a operação da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em Mataripe, na Bahia.
A refinaria foi privatizada e vendida aos árabes durante o governo de Jair Bolsonaro em novembro de 2021, como parte da política de desinvestimento da Petrobras, iniciada na gestão anterior. Desde que assumiu a presidência, no entanto, a equipe de Luiz Inácio Lula da Silva tem buscado reverter essa iniciativa.
Prates se reuniu com o presidente do conselho do Mubadala Capital, Waleed Al Mokarrab Al Muhairi, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
ABU DHABI – (Relato próprio): Acabo de sair de reunião com o Deputy Group, Chief Executive Officer de Mubadala Investment Company e presidente do Conselho da Mubadala Capital, Waleed Al Mokarrab Al Muhairi com quem vimos conversando desde o início do ano passado sobre os… pic.twitter.com/0Jk37UZKhQ
— Jean Paul Prates (@jeanpaulprates) February 13, 2024
“Acertamos que nossas equipes intensificarão os trabalhos logo após o retorno dos feriados de Carnaval com o objetivo de finalizar a nova configuração societária e operacional ainda neste primeiro semestre de 2024”, anunciou o presidente da Petrobras em uma rede social.
No entanto, Prates não forneceu mais detalhes sobre o negócio. “Demais detalhes e andamentos atuais serão mantidos sob confidencialidade até a finalização do processo”, acrescentou.
No mês passado, a Petrobras iniciou uma investigação administrativa para avaliar a venda da refinaria de Mataripe após a divulgação de um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), que indicava a realização da venda por um preço abaixo do esperado.
A venda da refinaria, que é a segunda maior unidade de refino do país, marcou o primeiro desinvestimento da Petrobras nesse setor, ao preço de R$ 10,1 bilhões (na cotação da época). A Acelen, empresa criada pelo Mubadala para atuar no mercado de refino brasileiro, adquiriu a unidade.
Segundo o relatório da CGU, o momento da venda da refinaria ocorreu em um cenário de “tempestade perfeita”, com a pandemia de Covid-19, previsões de crescimento econômico fraco no Brasil e queda nos preços internacionais do petróleo, afetando o valor do negócio.
Além da retomada da operação da refinaria pela Petrobras, Prates também mencionou tratativas com Waleed para a expansão e aprimoramento do empreendimento de biocombustíveis do Mubadala no Brasil.
Via DCM.