O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quarta-feira (21) que a continuidade da trajetória de redução da taxa de juros no Brasil também está sujeita a fatores externos, indo além das políticas fiscais internas.
“Negar a importância da taxa de juros dos Estados Unidos seria leviano da minha parte”, afirmou o ministro em uma entrevista à GloboNews.
Haddad avalia que o Brasil pode se beneficiar de um ciclo prolongado de crescimento sustentável, dependendo da velocidade com que as taxas de juros nos países desenvolvidos diminuam. Ele acredita que as taxas começarão a cair nas maiores economias ainda no primeiro semestre.
Crescimento Econômico e Perspectivas
Na mesma entrevista, Haddad argumentou que as perspectivas de crescimento para o Brasil serão mais favoráveis a partir do segundo semestre deste ano, devido ao impacto de uma taxa de juros real mais baixa nos primeiros seis meses.
Ele expressou confiança de que o país alcançará um crescimento superior a 2% até o final do ano, mesmo com um primeiro semestre menos robusto.
Haddad também ressaltou a importância do crédito como um impulsionador significativo do crescimento econômico, destacando preocupações com a safra de soja e a situação do agronegócio, especialmente devido a fatores climáticos.
Arrecadação e Reoneração
O ministro da Fazenda afirmou que a arrecadação de tributos em janeiro esteve em linha com as projeções do Orçamento, desconsiderando o efeito extraordinário de medidas aprovadas no final do ano passado, como a taxação de fundos exclusivos e offshores. Os números serão divulgados pela Receita Federal nesta quinta-feira (22).
Haddad destacou o compromisso contínuo do governo em equilibrar as contas públicas, planejando tanto o aumento de receitas quanto a contenção de despesas.
Ele mencionou o “pente-fino” do Bolsa Família e um pacote de revisão de gastos apresentado em breve pelo Ministério do Planejamento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Reoneração e Outras Medidas
Haddad reiterou que as medidas para reoneração da folha de pagamento e o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) serão encaminhadas ao Congresso para dar continuidade às reformas iniciadas em 2023.
A reoneração será tratada por meio de projeto de lei com urgência constitucional, enquanto o Perse e a limitação da compensação tributária permanecerão em uma medida provisória.
O ministro explicou que o projeto de lei conterá o mesmo texto já presente na medida provisória, permitindo ao Congresso fazer ajustes, se necessário.
Haddad reafirmou que, embora compreenda a controvérsia em torno dos números do Perse, o governo fornecerá ao Congresso os dados oficiais do programa, obtidos junto à Receita Federal.
Ele concluiu destacando a importância de buscar os resultados estabelecidos pelo governo, incluindo a meta de déficit zero, e a necessidade de sensibilizar o Congresso sobre as medidas propostas pelo Ministério da Fazenda.
Via CNN Brasil.