Um bombardeio de drones israelense matou mais de 100 pessoas e deixou mais de 760 feridas em Gaza, nesta quarta-feira (29). As vítimas estavam em uma fila de distribuição de alimentos. Um oficial israelense justificou os ataques afirmando que as tropas responderam ao que perceberam como uma “ameaça iminente à sua segurança”. De acordo com os Médicos Sem Fronteiras, o número de mortes deve aumentar, já que não existe rede hospitalar para todos os feridos.
Israel está sendo duramente criticado pela comunidade internacional por descumprir decisões da Corte Internacional de Justiça para “impedir um genocídio em Gaza”. De acordo com o Ministério da Saúde palestino, mais de 30 mil pessoas já morreram nos ataques, sendo a maioria crianças e mulheres.
Os drones de Israel atingiram a rua Haroun Al Rasheed, na área de Sheikh Ajleen, onde os civis se reuniram em busca de alimentos. Testemunhas relataram que os ataques aéreos e os disparos de drones começaram enquanto as pessoas se aproximavam dos caminhões de ajuda, transformando a cena em um cenário de horror.
Os hospitais locais, como o Al Shifa e o Kamal Adwan, receberam dezenas de corpos e feridos, enquanto ambulâncias lutavam para chegar às vítimas devido aos escombros que bloqueavam as ruas. Cerca de meio milhão de palestinos estão prestes a entrar em quadro grave de fome, que pode levar à morte.
Organizações internacionais como a Oxfam International condenaram veementemente o bombardeio, classificando-o como uma violação flagrante das leis humanitárias internacionais e clamando por responsabilização.
Os Médicos Sem Fronteiras afirmaram que o sistema de saúde em Gaza já está em colapso, e que não há estrutura para realizar cirurgias. A Organização das Nações Unidas convocou uma reunião de emergência da Assembleia Geral para buscar aprovar uma nova resolução que pede que Israel cesse os bombardeios.
O governo de Benjamin Nentanyahu afirmou que não irá reconhecer a ordem da Corte Internacional de Justiça, que deve pedir o cessar-fogo imediato.