Nesta sexta-feira (1), a Polícia Federal (PF) em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou a Operação Anhangá para combater a caça ilegal de micos-leões-dourados em reservas de mata atlântica no estado do Rio de Janeiro, onde esses animais habitam naturalmente.
A operação teve início a partir de investigações iniciadas em novembro de 2023, quando foram descobertas armadilhas para capturar esses primatas em uma área de proteção ambiental federal na cidade de Rio Bonito, localizada na região leste da região metropolitana do Rio de Janeiro.
A PF ressalta que as cidades fluminenses de Rio Bonito, Silva Jardim e Casimiro de Abreu são os únicos locais onde o mico-leão-dourado pode ser encontrado em seu habitat natural.
Nesta ação, os policiais federais buscam cumprir três mandados de busca e apreensão na cidade de Magé, também na região metropolitana da capital fluminense. As ordens foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Niterói.
Os suspeitos serão investigados por caça ilegal, transporte clandestino, manutenção de animais em cativeiro, maus-tratos e receptação qualificada. A PF destaca que os infratores podem enfrentar aumento de pena, visto que o crime é considerado caça profissional e praticado contra uma espécie ameaçada de extinção.
Além disso, a Justiça determinou que os suspeitos sejam monitorados eletronicamente e proibiu seu acesso ou frequência a unidades de conservação e áreas adjacentes.
O mico-leão-dourado é considerado um símbolo da fauna brasileira e é homenageado na nota de R$ 20. Medindo entre 20 e 26 centímetros, com comprimento caudal entre 31 e 40 centímetros e pesando entre 300 e 710 gramas, esses primatas vivem em grupos familiares na natureza e são altamente sociais, mantendo fidelidade ao par por toda a vida.
Os esforços de proteção a essa espécie têm sido realizados desde a década de 1970 e têm apresentado resultados positivos, com um aumento significativo no número de micos-leões-dourados nos últimos anos.