Um estudo conduzido pela Universidade Federal do Acre (Ufac) identificou o ano de 2010 como um ponto de virada significativo para as mudanças climáticas extremas em todo o estado. Os resultados desse estudo foram publicados em inglês no artigo intitulado “Extremos Climáticos na Amazônia: Aumento das Secas e Inundações no Estado Brasileiro do Acre”, na revista “Perspectives in Ecology and Conservation”.
A pesquisa foi realizada por meio de uma parceria entre o mestrado em Ciências Ambientais do campus Floresta da Ufac, a Universidade Estadual do Ceará, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e o centro de pesquisas americano Woodwell Climate.
O estudo analisou a frequência de eventos como inundações, secas, crises hídricas e incêndios florestais no Acre, buscando identificar suas causas e impactos.
Na agenda do ministro Waldez Góes em Rio Branco, na última terça-feira, 9, um dos temas em discussão foi justamente as mudanças climáticas extremas que o estado tem enfrentado nos últimos anos.
Sonaira Silva, pesquisadora da Ufac e coautora do estudo, explicou que a partir de 2010 houve uma ruptura no padrão climático anteriormente observado. Até 2004, os registros apontavam a ocorrência de um evento climático extremo por ano em média nos municípios acreanos. No entanto, a partir de 2010, tornou-se comum identificar dois ou mais eventos extremos no mesmo ano e no mesmo município.
“Esse padrão indica uma tendência para o futuro; o ambiente não está conseguindo se recuperar após cada evento e, a cada ano, torna-se mais frágil”, ressaltou Silva.