Em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, Josué Fernandes de Souza, de 38 anos, foi condenado pelo Tribunal do Júri Popular da comarca a 26 anos de prisão, em regime inicialmente fechado. Ele foi acusado de matar a esposa, Antônia Elizabete Nunes Borges, com mais de 40 perfurações de tesoura, sendo condenado com o agravante de crime de feminicídio.
Detalhes do Crime
Antônia Elizabete Nunes Borges, conhecida como Bete, foi assassinada em 14 de novembro de 2022, no bairro João Alves, em Cruzeiro do Sul. O julgamento ocorreu na 1ª Vara Criminal de Cruzeiro do Sul, onde Josué, também conhecido pelo apelido de “Bolacha”, não teve o direito de recorrer da sentença em liberdade.
Na noite do crime, o casal, que estava junto há quatro anos, estava em casa bebendo com amigos. Em depoimento, Josué relatou que um dos convidados pediu que ele comprasse drogas. Ele saiu, mas ao perceber que estava com uma das sandálias trocadas, voltou para casa, onde flagrou Bete apalpando as partes íntimas de um dos convidados. Fingindo não ter visto a cena, ele trocou a sandália e saiu novamente para comprar as drogas. Ao retornar, encontrou apenas Bete e duas amigas em casa.
Agressão e Morte
O casal iniciou uma discussão que começou fora da residência e se estendeu para dentro do imóvel. Josué afirmou que Bete negou tê-lo traído e o xingou. Ele alegou em depoimento que não se lembrava de ter pego a tesoura. Bete foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada para o Hospital do Juruá, onde passou por cirurgia e ficou três dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No entanto, ela não resistiu aos ferimentos e morreu três dias depois.
Entrega e Condenação
Após cometer o crime, Josué pegou a motocicleta e se apresentou em uma delegacia da cidade. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) revelou que o corpo da vítima tinha mais de 40 perfurações pelo tórax, seios, abdômen, braços, região cervical e cabeça, que causaram traumatismo craniano.
Josué já respondia por dois outros homicídios, segundo sua ficha criminal. O Ministério Público do Acre (MP-AC) anunciou que pretende recorrer da decisão, buscando o aumento da pena para a pena máxima de 30 anos.
Repercussão
O caso chocou a comunidade de Cruzeiro do Sul e chamou a atenção para a gravidade dos crimes de feminicídio no Brasil, reforçando a necessidade de medidas mais severas para combater a violência contra a mulher.
